Apesar da rotina agitada e estressante, cuidar da saúde é essencial
Aproveitando a celebração do Dia Internacional da Mulher, nesta sexta, dia 8 de março, vale a pena falar sobre saúde, ainda mais com a rotina estressante e agitada que temos atualmente. Neste cenário, muitas mulheres deixam de cuidar de si mesmas e podem ser vítimas de algum problema, especialmente o câncer de mama.
Para a ginecologista Márcia Araújo, do aplicativo Docway, as múltiplas funções da mulher e a falta de tempo para cuidar da saúde acabam por aumentar o número de casos de doenças como câncer de mama e de colo de útero e a temida depressão. Por isso, a especialista alerta sobre a importância dos cuidados mesmo com a rotina agitada.
“Após muita luta, nosso papel na sociedade está evoluindo muito. Hoje, nós mulheres desempenhamos várias funções e acabamos descuidando da saúde. O que não pode acontecer é a negligência com os cuidados pessoais. Com os avanços tecnológicos e as facilidades que eles nos trouxeram, podemos manter nossa rotina e o acompanhamento médicos em dia, evitando vários problemas”, comenta a médica.
Abaixo, a ginecologista fala sobre as três doenças que mais afetam as mulheres atualmente:
Câncer de mama
Esse tipo de tumor é o mais comum entre mulheres no Brasil e no Mundo, correspondendo a 29% de novos casos de câncer que surgem anualmente. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é de que em 2018 os casos de câncer de mama tenham chegado a 59,7 mil no Brasil. Existem vários tipos da doença. A maioria, quando diagnosticada na fase inicial, é passível de tratamento, com boas perspectivas de cura. “Nós mulheres devemos estar atentas, pois fazer os exames preventivos é fundamental. A maioria dos casos não têm sintomas em estágios iniciais. Por esse motivo, a mamografia tem grande importância. Dentre os sinais de alerta, um dos mais comuns é o nódulo no seio, que pode vir acompanhado ou não de dor. Porém, existem outros sintomas que devem chamar a atenção como secreção no mamilo, alterações na pele que recobre a mama e nódulo na axila. Vale lembrar que o autoexame não substitui a mamografia e o exame clínico cuidadoso feito por um profissional qualificado”, afirma Márcia Araújo.
Depressão
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até o ano de 2020 a depressão será a doença com maior impacto no mundo. No Brasil, a Associação Brasileira de Psiquiatria estima que cerca de 20% dos brasileiros teve, têm ou terá um episódio de transtorno depressivo em algum momento da vida. Falta de interesse, concentração, perda da autoestima e mudanças bruscas de humor são alguns dos sintomas da depressão. Estatisticamente, a doença afeta mais as mulheres do que os homens. “Quadros depressivos devem ser diagnósticos e tratados com muita cautela e por profissionais capacitados. Mas podemos ajudar a melhorar esse quadro com, por exemplo, a prática regular de atividade física e a vinculação da pessoa a atividades coletivas, entre eles cursos e voluntariados. Essas ações ajudam a reduzir a ansiedade, melhora o humor e a interação com o meio social”, comenta a especialista.
Câncer de colo de útero
Dados do Inca apontam que esse tipo de tumor é considerado um dos mais principais problemas de saúde pública. Só no ano de 2016 foram estimados mais de 16 mil casos novos de câncer do colo do útero no Brasil, o que significa 15 novas pacientes a cada 100 mil brasileiras. As principais causas da doença são o início precoce da atividade sexual; a variedade de parceiros sexuais; a higiene íntima inadequada; e a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). “O câncer do colo do útero tem um grande potencial de prevenção e cura se diagnosticado a tempo. Sintomas podem servir de alerta, entre eles sangramento vaginal após a relação sexual, corrimento vaginal de cor escura e com mau cheiro, e em estágios mais avançados, hemorragias, dores lombares e abdominais, perda de apetite e de peso. Uma ótima opção para a prevenção da doença é a vacina [contra HPV], que se destina a jovens, principalmente antes inicias as atividades sexuais. Para todas, o papanicolau e o exame clínico anual são fundamentais”, diz a ginecologista.