Mônica Turato reutiliza material descartado na construção civil, na praia e nas ruas, para criar verdadeiras obras de arte, seu projeto de sustentabilidade, visa combater a poluição de resíduos sólidos e inspirar as pessoas a olhar para o próprio lixo que produz.
A artista plástica Mônica Turato encontrou um jeito diferente de ajudar o planeta, transformando restos de material, em peças únicas e carismáticas. O resultado da preocupação com a despoluição do planeta deu vida ao projeto “Robôs Adoráveis”, que está em exposição em Balneário Camboriú, na Casa Linhares, que vai até Fevereiro de 2019.
Mônica diz que a ideia de recolher o material descartado na construção civil surgiu há três anos, quando veio de São Paulo para Itapema-SC. “Percebi que muitas peças não aproveitadas nas obras acabavam indo para o lixo. Então, passei a guardar tudo que vinha pela frente: pedaço de madeira de telhado, mangueira, serra, ferro, pregos, pedaços de fios de luz. E toda vez que vou a praia,ou participo das limpezas, recolho muito lixo, principalmente plástico, tampinha de garrafa e brinquedos são as campeões.
Com todo o material recolhido e armazenado dentro de um contêiner, a artista só precisou usar sua criatividade e a habilidade das mãos para criar o primeiro dos muitos “Robôs Adoráveis” que já estão concluídos e integram a mostra. “Logo na primeira postagem nas redes sociais as pessoas enlouqueceram e passaram a mandar mensagens e fui fazendo um atrás do outro. Alguns ganharam até nome”, brinca Mônica.
Os personagens que batizam as miniaturas são inspirados nas lendas e também na vida real, como pirata, pinóquio, médico e cozinheira. “O médico, por exemplo, é uma homenagem a um profissional muito elogiado por uma paciente que é minha amiga. Ela está grávida de Gêmeas, e a inspiração veio em duas Robozinhas de cabelo cacheado. O pinóquio foi algo de percepção. Coloquei uma ponteira que parecia um nariz longo e pronto”, resume.
Para concluir cada trabalho, Mônica leva de dois a três dias. Não há projeto, apenas sugestão e colaboração do marido que também trabalha na área de engenharia na construção civil. Segundo ela, tudo começa reunindo as madeiras que já vem no formato em que são descartadas. “Primeiro faço o rosto, depois o corpo, pernas e braços de acordo com as características do personagem, demorando mais ou menos tempo para ficar pronto”, comenta.
Mônica explica ainda que o ponto forte do projeto é o combate à poluição. Materiais resistentes como metal e plástico, que chegam a demorar mais de meio milhão de anos para se decompor na natureza, ganham um novo destino com menores consequências ao meio ambiente. “Procuro usar muito plástico, porque há estudos que indicam até 2050 o mar terá mais plástico do que peixe. É revoltante. Quanto mais plástico uso, mais me sinto aliviada”, desabafa.
Os Robôs estão sendo usados como Educação Ambiental, projeto esse que visita as escolas com exposição e roda de conversa. As crianças amam.
Talento revelado há 20 anos na Capital Paulista
Autodidata em artes, Mônica Turato nasceu em Minas Gerais, mas ganhou reconhecimento na carreira com projetos desenvolvidos na Capital Paulista, além de participar de programas como Jovem Aprendiz, Geração de Renda e Terceira Idade.
Seu trabalho de ilustradora de livros e capas de revistas de empresas reconhecidas como a Kalunga renderam a ela convites para ministrar aulas em oficinas em ateliês, estúdios, Sesc e Senac. Além de criar obras de artes, Mônica oferece, exposicão das peças com sugestão do público para sorteio de nomes, participa de eventos e ações de educação ambiental.
“Sempre trabalhei usando material reciclado. No início era papel reciclado para as ilustrações e tecidos para fazer bonequinhas. Quando mudei para Santa Catarina percebi uma outra realidade e que podia fazer muito mais, principalmente, no Morretes, bairro onde moro e vejo muitos catadores de lixo. Os catadores de lixo reciclável são como “formiguinhas” merecem ser valorizado. Aqui tem muita matéria prima”, destaca Mônica.
Desde que o projeto Robôs Adoráveis, foi criado, já retiramos muito lixo da praia e das ruas. Por onde passo, encho sacolas com muito material descartado de forma irregular. Desde Agosto/ 2018 até agora, já produzimos cerca de 70 Robozinhos, em cada um, tem aproximadamente 12 peças de plástico de tamanhos variados, isso significa que são, 840 peças a menos no mar, nas ruas, nos aterros, poluindo menos o meio ambiente.
O lixo descartado nas ruas, causa enchentes entupindo bueiros e diminuindo a vazão de água.
É um dos maiores problemas da sociedade moderna. É uma bomba-relógio. Calcula-se que 30% do lixo brasileiro fique espalhados pelas ruas das grandes cidades.
Outro problema é o lixo que vai pro mar.
– Cerca de 85% de todo lixo encontrado nos mares e oceanos é composto por plásticos. Existem várias consequências para o meio ambiente: prejuízos para os ecossistemas marinhos, principalmente desequilíbrio ecológico, contaminação de peixes e outros animais marinhos que serão consumidos por pessoas, mortes de pássaros que se alimentam de peixes contaminados, águas das praias tornam-se impróprias para o banho, alta mortalidade, dependendo da poluição, de espécies animais marinhas, degradação de regiões de mangues.
Muitos são os benefícios da reciclagem, por exemplo: economia de energia; redução da poluição; geração de empregos; melhoria da limpeza e higiene da cidade; diminuição do lixo nos aterros e lixões; diminuição da extração de recursos naturais; menor redução de florestas nativas. Reflita sobre seus hábitos de jogar fora: reduza o desperdício, reaproveite tudo o que for possível e só depois envie para reciclagem.
Para conhecer mais do trabalho da artista é só acessar o Instagram: robos_adoraveis
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