A reinvenção do SPA
Bernadette Maria Melz Sabbi nasceu em Frederico Westphalen (RS) em 25 de novembro de 1948. Desde o primeiro momento do nascimento que por complicações no parto quase não aconteceu, a sua vida se transformou numa luta constante, com altos e baixos. A mãe além de gerar sua vida teve um papel fundamental no seu desenvolvimento como pessoa, sendo amiga e mãe ao mesmo tempo. Ela era exigente e carinhosa, esbanjava amor e tinha uma conexão muito forte com Bernadette que deve seu nome à santa venerada pela mãe.
Conta Bernadette que teve uma infância muito ativa. Não brincava com bonecas, era diferente das outras meninas, buscando uma realidade alheia a elas. Parece que ninguém a entendia, mas ela se entendia.
Ela começou a estudar desde muito pequena. Vivia numa cidade do interior e com pouca população. Existia uma regra, uma norma que ela tinha que cumprir: ser a melhor da sala. Para cursar o Segundo Grau ela teve que ir para um colégio de freiras, em Três de Maio (RS) e depois para Santo Ângelo (RS), sempre procurando progredir na sua educação. Seu primeiro desafio foi justamente ir até a cidade Santo Ângelo, no colégio Verzeri, fazer sua matrícula sob sua própria responsabilidade. Terminou o Normal, que a habilitava para ser professora. Aos 18 anos foi fazer seu estágio com um grupo de crianças muito problemáticas. Foi um grande desafio que ela soube enfrentar e superar, preparando seu espírito para outras batalhas.
Apesar de que seu sonho era cursar uma faculdade de Educação Física, acabou se inscrevendo no único curso disponível perto dela, o de Administração de Empresas. Nessa época da sua vida, ela tinha aulas pela manhã em uma pequena cidade, distante a 50 km, denominada Independência e pela tarde a outra cidade distante a 30 km, Horizontina e a noite cursava a faculdade em Três de Maio. Nunca pensava em cansaço, em desistir. Sábado e domingo não eram dias de descanso e sim de reforçar e aprofundar os estudos. Culminou seu curso universitário em 1975.
Logo depois surgiu a oportunidade de trabalhar no Banco do Brasil, depois de passar num concurso público. Ela teve que optar entre ser professora ou funcionária do BB e se inclinou pela última opção. Não foi uma decisão fácil. No fundo não tinha certeza se queria fazer ou não a troca. Porém, desde o momento em que se decidiu, encarou com muito empenho e amor sua nova atividade profissional. Resolveu encarar sua nova posição como a carreira da sua vida e foi se preparando, estudando e participando de concursos. Sua meta era ser a primeira mulher caixa, em sua região, dentro do BB. Isso gerou uma reação contrária entre os homens. Bernadette focou no seu alvo e foi adiante. Num concurso ficou muito bem posicionada e conseguiu uma vaga, e seguir sua carreira, em Guia Lopes da Laguna (MS).
Bernadette comenta que foi algo maravilhoso, uma experiência muito importante na sua vida. Até então era uma mulher cheia de requintes, com muitas benesses do mundo moderno. Foi para um lugar que não tinha energia elétrica à noite, com muitas dificuldades, com inúmeras limitações. Para a mulher acostumada com outra realidade foi uma mudança radical, uma fase totalmente inédita, com novos desafios. Mudou a sua vida e a vida dos seus filhos, que já a acompanhavam na sua caminhada cheia de desafios. Era um exercício constante de simplicidade, de humildade, de comprometimento. Naqueles dias era uma mulher muito jovem. Seu contato com pessoas simples e que dependiam em grande parte dela, sua necessidade de vencer e se impor, de fazer, a fez crescer como ser humano. Uma profunda experiência de vida.
As oportunidades foram surgindo, acompanhando o crescimento de seu desempenho profissional. Assim voltou para o Rio Grande do Sul, primeiro para São Sebastião do Caí, depois para Frederico Westphalen. Em mais uma transferência, acabou indo para Joinville (SC).
Foram 21 anos de carreira dentro do Banco do Brasil. Até que ela resolveu que tinha chegado o momento de partir para outra atividade, outro desafio. Ela tinha um cargo de confiança dentro da instituição. Por ela passavam situações complicadas, algumas que mexiam com sua sensibilidade. Ela via no olhar das pessoas o desespero, o pedido silencioso de ajuda. Ao mesmo tempo, percebeu com clareza a concorrência acirrada, colegas em luta procurando subir, sem muita ética ou preocupação com os outros. Foi se decepcionando com aquela luta interna dentro do seu ambiente de trabalho. As pessoas ficavam doentes naquela guerra silenciosa. Percebeu claramente que não era aquilo que queria para o resto da sua vida. Tinha que mudar, sair definitivamente da sua zona de conforto. Bernadette já tinha criado outra frente de trabalho, a Naturally Anew. Começou a trabalhar em marketing de rede, treinando, ensinando a treinar, fazendo cursos em diversas áreas, preocupada com a saúde integral preventiva das pessoas.
Ao mesmo tempo em que desenvolvia essas duas frentes, cuidava da família e ia seguido a Curitiba. Surgiu a oportunidade de assumir o Centro Integrado Anew e não teve dúvidas. Acertou sua saída do Banco do Brasil, mesmo sabendo que para todos era um absurdo. Conseguiu garantir parte da sua aposentadoria, o que lhe deu certo respaldo. Preocupada em não ser compreendida em sua opção, não comunicou nem ao seu marido na época sua drástica decisão. Simplesmente agiu.
A chance na nova empreitada da sua vida surgiu no momento em que a uma franqueadora, com matriz em São Paulo e no Japão, estava procurando equipes e locais aptas para formar centros de terapias no Brasil. A meta era abrir dez unidades. Bernadette montou uma equipe e apresentou um projeto inovador para Curitiba, que foi aprovado. Era uma franquia que exigia uma postura diferente, o que a obrigou a se lançar em novos cursos para dar conta do recado.
Já com tudo funcionando como deveria, fez uma viagem ao Japão, para entender a raiz de tudo aquilo que estava se desenvolvendo no Brasil. Assim descobriu que podia mudar, aprofundar o projeto, criando um sistema mais arrojado, mais avançando. Isso não foi aceito. Aconteceu uma ruptura irreparável, com os representantes da franquia no Brasil. Aqui o objetivo era aumentar as vendas. Ela voltou propondo algo mais completo, mais complexo. Entrou em choque sua visão com a da empresa, apesar dos pedidos veementes de sua equipe de vendas, ela foi afastada do projeto.
Para Bernadette e para sua família foi como despencar num profundo abismo. A ruptura financeira foi muito grande, já que tinha investido além de tempo, muito dinheiro na franquia. Seu casamento, depois de 20 anos, acabou, aprofundando sua crise. Ela só tinha uma opção: levantar-se, erguer-se, cuidar dos filhos Juan Carlo , Jean Rodrigo e da sua própria vida.
Com muitas dívidas, com o futuro incerto, mãe e filhos se uniram dispostos a começar do zero uma nova e complicada fase. A união, como sempre, fez a diferença.
Bernadette abriu um pequeno espaço e começou uma nova caminhada, mais espiritual, emocional e futurista. Ela partiu para a reprogramação mental e a autocura. Naquela época, quando ela se lançou com carreira solo, já se falava em situações que acontecem hoje. Ela conheceu um engenheiro, Paul Louis Laussac, que morava em Belo Horizonte, um visionário, paranormal, que fabricava um aparelho para baixar a frequência cerebral, abrindo espaço para introduzir informações positivas de autoafirmação. Isso abriu um horizonte enorme para Bernadette. Um dos grandes aprendizados na época foi que sempre partimos da mente para o corpo e que, entre o espírito e a matéria está a mente.
Bernadette Maria Melz Sabbi, nascida numa pequena cidade gaúcha, repentinamente, se viu enfrentando um universo de possibilidades, cheio de desafios. Assim, ela se transformou numa pioneira. Desenvolvendo um trabalho que ia do Norte ao Sul do Brasil, apoiada num grupo de mais ou menos quinze pessoas. Eram adiantados para a época, quase ninguém entendia o que eles faziam, mas os resultados começaram a aparecer. As pessoas tinham necessidades visíveis. Ela partia para a reprogramação mental, partindo da frequência cerebral, transformando a vida daquelas pessoas.
Foi uma fase de grande crescimento para Bernadette, uma experiência de vida única. Ela afirma que começou a entender a imensidão do Universo, a perceber que o planeta Terra não está sozinho, que não é único. Percebeu que existem muitos universos, que se replicam infinitamente. A sua ligação com o mundo espiritual ficou mais forte e ela se empenhou em entender como funcionava esse mundo dentro do Universo.
A morte de Paul truncou essa fase de pleno desenvolvimento de Bernadette. O projeto que estava desenvolvendo parou, pois ela não podia utilizar outros equipamentos, produzidos por outras pessoas. A responsabilidade era muito grande, pois mexia com a mente das pessoas e não podia se arriscar. Seus filhos, que no momento difícil se uniram a ela e enfrentaram a fase ruim, já estavam formados. Assim, começava uma nova fase, uma nova etapa na vida de Bernadette.
Depois de seu casamento, que acabou na hora que as coisas se complicaram na vida de Bernadette, ela conheceu outra pessoa, uma alma gêmea, com a qual teve um relacionamento que durou dois anos. Com essa pessoa conseguiu entender o que era o amor, a convivência, o porquê da existência do masculino e do feminino. Com ele teve suporte emocional e espiritual, foi uma experiência maravilhosa.
Numa viagem de ônibus até Belo Horizonte, pois não tinha recursos para fazer a viagem de avião, teve seu momento de epifania, imaginando um local onde as pessoas entrariam e, sozinhas, se curariam. A sua fé enorme era como uma luz guiando-a. Voltando para Curitiba, a ideia do SPA surgiu forte e não a abandonou. Seria um lugar de cura, de autocura. Na sua mente foi definindo cada detalhe de como seria. Bernadette começou a escrever, a colocar no papel seu projeto. Seria um SPA diferente, onde tudo estaria direcionado para a autocura, onde o lado estético, geralmente abordado nos SPA’s, seria deixado de lado, focando principalmente na premissa de que as pessoas podem alcançar a cura, se nisso se empenham. Tratamentos estéticos ou de emagrecimento seriam secundários ou não abordados. Um projeto arrojado.
Na época, com o projeto pronto e esperando o pontapé inicial, ela atendia algumas poucas pessoas na sua casa. Eram clientes seletas. Porém, estava pronta para desafios maiores, que exigiam investimentos que ela não tinha naquele momento. Conseguiu uma chance de apresentar seu projeto para os diretores do Mabu Thermas, em Foz do Iguaçu. Várias reuniões depois, vencendo todos os desafios, conseguiu começar a implantação do seu projeto. Depois de entrar em funcionamento, ela ficou dando cobertura durante seis meses.
Ela precisava de apoio para continuar sua caminhada, para montar sua equipe de trabalho. Tinha que encontrar pessoas especiais, comprometidas com a missão que ela tinha escolhido, com o projeto que ela tinha imaginado e desenhado nos mínimos detalhes. Resolveu fazer uma entrevista coletiva e ficou impressionada com o resultado.
O bom desempenho do SPA no Mabu lhe valeu um convite para montar um espaço no que hoje é o Capivari Eco Resort, e que, na época do convite era administrado pelo Grupo Mabu. Assim nasceu o primeiro espaço B. Well by Bernadette Maria. Depois desse primeiro passo outras unidades foram se agregando fortalecendo a marca. Logo na sequência, mais um convite surgiu e desta vez novamente para Foz do Iguaçu no Recanto Cataratas Thermas e Resort, um dos maiores SPA’s do Sul do Brasil. A Marca B. Well se fortaleceu ainda mais. Seguindo mais um convite se fez valer e desta vez no Mabu Interludium Foz do Iguaçu, com um espaço de bem-estar. Partindo de Foz do Iguaçu, a B. Well iniciou suas atividades no Hotel Gran Nobile em Ciudad Del Este PY. Um convite gratificante veio através do Diretor do NH Curitiba The Five, hotel altamente executivo no centro da cidade. O Rafain Palace Hotel de Foz do Iguaçu, abriu sua portas para a instalação de um Espaço de bem-estar B. Well e, com muito orgulho, foi inaugurado, na sequência, o belo SPA Urbano no Wyndham Golden Foz e por último, 2019, lançaram o SPA B. Well no Itapema Beach Resort em Itapema SC. Cada SPA tem uma personalidade própria, mas o conceito é único: levar qualidade de vida e bem estar, preventivamente. No Rafain Palace Hotel & Convention Center, por exemplo, a ideia foi implantar o B. Well no espaço de uma antiga capela, no meio do mato, transformando o lugar de Ser e Estar Bem, carregado de muita espiritualidade.
O sucesso da B. Well é indiscutível. Quem já passou por um dos seus espaços, espalhados por diferentes hotéis, recebe uma energia positiva, uma carga emocional de profunda renovação, que deixa sua marca indelével, algo que vai muito além do tratamento aplicado com amor, com carinho, no corpo e na alma. Essa experiência renovadora garante o retorno, sempre buscando o crescimento, num mundo complexo e desconectado da verdadeira essência humana.
Em cada detalhe da B. Well está o toque especial de Bernadette Maria Melz Sabbi, a menina que aprendeu a vencer os obstáculos desde muito pequena, a mulher que viveu e aprendeu com cada experiência negativa ou positiva, uma batalhadora que nunca se entregou, mesmo quando parecia totalmente derrotada.
Ela se define como uma sagitariana, cheia de sonhos, com fortes visões de futuro, com metas bem definidas. Ao mesmo tempo não se distância da realidade, da parte humana, real, física. É uma pessoa muito simples. Ao mesmo tempo desafia qualquer lugar ou qualquer pessoa. Pode sentar no chão de qualquer lugar e compartir o pão com o próximo. A sua simplicidade não afasta sua complexidade.
Sandra Cristina Santos, amiga e parceira de trabalho, define Bernadette como uma pessoa determinada, obstinada, que trabalha compulsivamente e não permite que o cansaço a derrube. Uma verdadeira guerreira moderna.
Já Jean Rodrigo Sabbi, filho e profundo admirador, afirma que garra, resiliência, trabalho, dedicação, entrega, são características dela. – “Não estou falando da minha mãe, mas sim, de uma mulher exemplar, que contagia a todos os que estão ao seu redor”, conclui. Para ele, Bernadette é um exemplo, alguém que não desiste nunca, uma amiga de verdade.’’
Bernadette compara sua vida a uma experiência que teve praticando arvorismo. Em certa ocasião, quando chegou lá no alto, tinha que se jogar e pegar uma barra. Se não alcançasse a barra, cairia. Era encarar ou encarar, não tinha outra opção. Jogou-se e não alcançou a barra, mas não caiu! O cinto de segurança a sustentou no ar e desceu tranquilamente. Levou isso para sua vida. – “Vai, te joga, você não morre”, afirma entusiasmada.
A idealizadora da B. Well realizou várias viagens temáticas, principalmente para o Peru, Chile e México, Guatemala e Belize e Bolívia. Somente para o Peru fez umas 22 viagens de pura superação. Tem uma estrutura montada naquele país, desenvolvendo um programa muito especial.
Em uma expedição, com um grupo de oito pessoas, subindo oito montanhas em oito dias, rumo à Cota Coca e Choquequirao, no Peru, num trecho que nem mesmo o guia conhecia direito, surgiu um problema. O guia informou que não continuaria o trajeto, pois percebeu que algumas pessoas não estavam preparadas para aquela subida. Depois de uma longa conversação, o guia falou que só seguiria se ela assumisse a responsabilidade total daquela expedição. Bernadette reuniu o grupo, apresentou o problema e pediu que elas decidissem se continuavam ou não. O grupo optou por continuar. Dali em diante, a responsabilidade por todas aquelas pessoas recaiu em Bernadette. No fim deu tudo certo e voltaram todos inteiros, e felizes, pois a experiência foi acima de qualquer suposição.
Com uma vida repleta de desafios, provas constantes, Bernadette permanece fiel a seus objetivos com a rede de SPA’s B. Well: proporcionar bem estar físico, mental e espiritual. Seu apoio é uma equipe que cresce e evolui, com uma energia única e contagiante.
Para ela, o futuro da B. Well já está escrito, confia plenamente no Universo, confia que as portas vão se abrir, mesmo com dificuldades. Tem muitos planos para o futuro e vai adiante, com fé insuperável.
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