A Independência do Brasil foi conquistada com um brado. Nossa liberdade, anunciada com uma exclamação.
Um jovem príncipe, do alto de seu cavalo, ergueu sua espada. Refletindo nela a luz do sol, ao som das águas do Ipiranga, ecoou a voz em forte grito. Pela força de sua coragem, derrotou os que nos aprisionavam. Com a ousadia de sua afronta, fez soberana a nossa nação.
O feito da Independência não foi uma batalha de um homem só: o chefe da nação era também o seu coração. Em seu ímpeto, estava a impulsão de sua esposa, o clamor de seus conselheiros, a virtude da gente brasileira e a aspiração das futuras gerações. A conquista permitiu que escrevêssemos a própria história, e esta premiou-nos com a nossa identidade.
Assim como até a espada de um príncipe se desgasta e demanda nova forja, a identidade de uma nação requer cuidados para se manter rija. Na bravura, que arde como brasa, se revigora o espírito patriótico que, um dia, apontando o céu, nos bradou a liberdade. Juntos a essa chama, são forjados os valores brasileiros.
Somos independentes quando não estamos submetidos a outros, quando temos domínio de uma trajetória e tomamos nós mesmos as nossas decisões.
Somos soberanos enquanto temos poder sobre nossas conquistas e permanecemos donos do nosso destino.
Somos livres porque realizamos as ações de nossa vontade, aperfeiçoamo-nos nas virtudes e progredimos no conhecimento do bem.
O brasileiro quer manter-se livre. Quer preservar a independência de seus valores, a soberania de seu lar, a liberdade de educar seus filhos. Soberania é ser livre — SOBERANIA É LIBERDADE.
A Independência de uma nação não se completa em um momento único da história, de forma que estaria garantida para sempre. Ela exige o esforço contínuo de ser conquistada e preservada em cada geração. Recordamos, portanto, neste ano de Bicentenário da Independência do Brasil, a nossa responsabilidade de assegurar à posteridade a Liberdade, a Soberania e a Independência que nos foram conquistadas e transmitidas pelos nossos antepassados. É nosso dever, e nossa honra.
Utilizamos como símbolo oficial do Bicentenário o punho de Dom Pedro I erguendo sua espada durante o Grito da Independência, imortalizado pelo quadro de Pedro Américo. O gesto foi o marco inicial da liberdade do Brasil perante intervenções estrangeiras, tornando-se então independente e soberano. Como símbolo, remete naturalmente à bravura da cena, inspirando a coragem e o orgulho patriótico.
Nas artes das campanhas do Bicentenário, usamos uma versão estilizada da Cruz da Ordem de Cristo por ser um símbolo presente de forma constante na identidade brasileira desde o início de sua história até hoje e por representar os valores religiosos em que os brasileiros se fundamentam.
A Cruz da Ordem de Cristo aparece nas bandeiras de 48 municípios, incluindo as capitais Florianópolis, Porto Alegre e São Paulo. O símbolo também está presente no escudo da Seleção Brasileira de Futebol.
A Ordem de Cristo financiou as grandes navegações que desencadearam no descobrimento do Brasil. A cruz no formato utilizado pela Ordem estampava as velas das caravelas e naus da época, sendo utilizada na nau de Pedro Álvares Cabral.
Pelo seu forte simbolismo na história do Brasil, quando foi proclamada a Independência, a primeira bandeira teve estampada a Cruz da Ordem de Cristo em duas áreas nobres, uma sendo o símbolo central do escudo e outra estando no topo da coroa.
O verde da bandeira da República já estava presente na bandeira do Império e se origina da cor do dragão lusitano, ser mitológico que simboliza a invencibilidade e a soberania e que segue sendo representado através do regimento dos Dragões da Independência. Sendo símbolo da Casa de Bragança de Dom Pedro I, foi aplicado também na primeira bandeira do Brasil após a Independência.
O amarelo, o azul e o branco já eram utilizados nas navegações que partiam em direção ao Brasil. Suas bandeiras estampavam uma esfera armilar amarela, símbolo da tecnologia náutica, coroada por uma esfera azul com uma faixa branca, símbolo romano de soberania. A primeira bandeira nacional adotou a cor amarela para representar a Casa de Habsburgo-Lorena da imperatriz Dona Leopoldina, mas o amarelo também era um símbolo português, assim como o azul e o branco.
Alguns elementos foram mantidos na Bandeira da República, como o fundo verde, o losango amarelo, o círculo azul e as estrelas brancas. No Império, cada estrela representava uma província; na República, as estrelas da esfera representam as unidades federativas.
Em nossos símbolos históricos, como podemos ver, há uma demonstração de apreço pelos valores de soberania e liberdade e pela valorização do passado. Os símbolos nacionais tradicionais estimulam o senso de patriotismo e a melhor compreensão sobre nossa identidade.