Trabalho acima de tudo
Em 1956 nascia a responsável por criar uma das famílias mais tradicionais do litoral norte de Santa Catarina, Anadir da Rocha Montibeller veio a vida em Camboriú, pelas mãos das habilidosas parteiras.
Caçula dentre os nove irmãos, teve uma infância comum para a época, com a principal função de ser o “pombo correio” da família, levando o café para os trabalhadores da roça e buscando utensílios que os pais solicitavam.
Lembra de relances de alguns brinquedos, como uma boneca de pano que ganhou da mãe e a enchente levou enquanto tentava faze-la boiar numa das volumosas chuvas rotineiras.
Extrovertida, se camuflava entre os irmãos para ir aos bailes de domingueira dançar e principalmente, tomar gasosa escondida, pois ter 8 ou 9 anos de idade não eram credenciais aptas a entrar em festas.
Estudou até o 5º ano na escola ao lado de sua residência, finalizou o ensino fundamental com mais quatro anos na escola do Bairro dos Macacos e um na Vila da Conceição, onde fazia uma longa caminhada a pé. Recorda da professora Lenir, mesmo muito brava era uma excelente professora, do tipo que “esticava a veia do pescoço para concluir a explicação”.
Aos 12 anos, um de seus irmãos, Ademar, possuía um hotel em Itajaí e Anadir foi convocada junto a outra irmã, Célia e a mãe, para ajudarem na virada do Hotel Rocha. A central do trem do município ficava em frente ao estabelecimento e as 11h em ponto chegava com seu apito ensurdecedor. Elas juntas, eram responsáveis pelo restaurante do hotel, onde se aplicavam em todas as funções, que iam de chefes de cozinha, garçonetes a atendentes de caixa.
Quase chegando a idade adulta, aos 17 anos completava o 2º grau estudando a noite em Itajaí, onde conheceu por acaso o proprietário de um hipermercado que a convidou para trabalhar como operadora de caixa. Sua mãe insistiu para que não aceitasse, afinal, ninguém da família até então trabalhou fora do berço familiar, mas Anadir quebrou essa tradição e aceitou o pedido. O desempenho foi acima do esperado e nos três primeiros meses do novo serviço recebeu aumentos consecutivos, foi promovida a fiscal de caixa. Acabou tendo complicações que a fizeram abandonar o emprego, pois encontrava funcionários fazendo o famoso caixa dois, chegando a ser jurada de morte caso contasse para o proprietário do estabelecimento. A mãe muito protetora e ciumenta, arrancou a filha de lá com apenas 4 dias na nova função ao saber dos riscos. Mesmo assim, o dono foi atrás da ex-funcionária em sua casa solicitar a volta ao antigo emprego, pegando ela e mãe de surpresa enquanto comiam pirão com linguiça, pedindo o auxílio nem que fosse por apenas um mês, para cobrir as férias de outra moça. Após muita conversa e propostas, aceitou o pedido de ajudar por apenas o mês de férias da outra funcionária.
Com a experiência adquirida, auxiliou e ensinou os irmãos os preceitos de como tocar as vendas e lojinhas que possuíam, desde noites viradas arrumando prateleiras da forma correta até ensinando como ser açougueira. Até que um dos irmãos abriu um supermercado na cidade em que nasceram, Camboriú.
Foi num dia esporádico, saindo do supermercado que viu Altamir Montibeller pela primeira vez subindo as escadas, e certamente à chamou atenção pela beleza e pelos poucos cabelos grisalhos para um rapaz tão jovem, ao comentá-lo para a irmã recebeu uma notícia entristecedora – “Nem se interesse Anadir, a mãe não deixa nós namorarmos meninos do colégio” – Lembra Anadir, que mesmo sem esperança, ficou com a imagem dele na cabeça.
Ele, Altamir Montibeller nasceu em Rio do Sul – Santa Catarina, numa região pouco conhecida que hoje faz parte de Agrolândia, que tem como principal atividade econômica a agropecuária, no dia 10 de abril de 1959, três anos mais novo que a futura amada.
Teve uma infância que não existe nos tempos modernos, ainda mais se tratando do interior, onde se brincava de tudo, pega-pega, briga de água, briga de sabugo, esconde-esconde, futebol, andavam no meio do mato no terreno do “Nono”, uma infância bem divertida e vivida, em Agrolândia. Apesar de gostar de estar entre os amigos e se divertindo, era calmo e centrado. Se visse um campo de futebol só saia “com puxões de orelhas”, depois acabou optando por jogar tênis de mesa, o famoso ping-pong.
Como veremos, Altamir sempre teve em sua história, desde que se conhece por gente, uma ligação muito forte com qualquer tipo de esporte. Em sua filosofia, desde jovem almejou ser o melhor em tudo, como foi no tênis de mesa, se destacando em campeonatos como JESC (Jogos Escolares de Santa Catarina) e representando Camboriú posteriormente em competições do mesmo ping-pong e basquete.
Em busca de um futuro diferente, próspero e repleto de oportunidades, em 1975 foi a Camboriú realizar o concurso para o Colégio Agrícola, reconhecido nacionalmente pela alta capacitação profissional de seus estudantes, que ao término das aulas eram disputados pelas grandes marcas do mercado. Passou pela prova e em 1976 ingressou no colégio, alcançando em 1977 o cargo de diretor esportivo. Se formou em 1978 como técnico em agropecuária.
Durante o período de estudos no colégio, eram permitidas apenas duas saídas semanais, uma as quartas-feiras a noite e finais de semana, como era comum, nestas escapadas buscavam uma namorada. Foi assim que viu a Anadir pela primeira vez, fazendo o coração disparar no primeiro olhar.
Certo dia, Altamir apareceu novamente no supermercado em que Anadir trabalhava para vender mesas do baile do Colégio Agrícola, em 1978. A jovem ao ver o homem dos sonhos novamente ficou “toda boba” e cheia de esperança, torcendo para que o irmão comprasse uma mesa para terem a oportunidade de se conhecer, assim foi.
Altamir fazia parte do conselho do colégio, por isto era um dos responsáveis pela venda de mesas do baile, conselho que era feito através de votação entre as duas chapas concorrentes.
Quando chegou o tão esperado baile, ela tentou olhar pra ele, mesmo sem poder, pois a mãe estava presente e continuava com a implicância de não permitir namorar gente do colégio. Ele a viu e a solicitou para dança. Sentiram naquele momento uma forte ligação e após três meses começaram a namorar, até a “sogra” baixar a guarda. A persistência fez com que o sonho se tornasse realidade, ela com 21 anos e ele 19.
Sabendo do recente relacionamento, a mãe de Altamir também se mostrou contra, enviando uma carta solicitando o encerramento do namoro para focar suas energias apenas em estudar. Anadir sentiu-se pressionada e deu o ultimato, “Se quiser ir estudar vai, mas nós acabamos o namoro por aqui”. Ele para não desrespeitar a mãe e não abrir mão da namorada, prestou o vestibular “nas coxas”, com intenção de não passar para poder ficar com a namorada.
Posteriormente, Altamir prestou concurso para uma grande marca de energia do estado, onde existiam mais de 500 candidatos para apenas três vagas, e três candidatos do Colégio Agrícola passaram, entre eles Altamir. Chegou a dar entrada com a documentação para assumir o cargo em janeiro do ano posterior, mas com o Governo passando por reformulação por se tratar de um ano eleitoral, solicitaram um tempo para que chamassem os vencedores da prova. Como já namorava e queria casar-se o mais rápido possível, não esperou e arrumou um trabalho numa indústria em Ilhota, cidade próxima a Camboriú, ficando dois anos no emprego.
Passaram-se os anos e finalmente se casaram, assumindo as responsabilidades que começavam a crescer, até que chegou a hora de Altamir pedir reconhecimento e aumento salarial da empresa de Ilhota, por consequência acabou sendo demitido. Casaram-se sem um tostão no bolso, com praticamente nada, onde a família de Anadir teve de doar os móveis. Por não possuírem uma renda que conseguissem se sustentar por conta, moraram na casa da mãe de Anadir, que com o passar do tempo começou com insistentes pedidos para que se mudassem e tivessem sua própria vida familiar sozinhos.
No supermercado, Anadir teve de assumir temporariamente junto a irmã o empreendimento, pois o irmão contraiu uma doença e teve de se ausentar. No retorno, o irmão retirou as irmãs do supermercado para assumir novamente. Resultado, o casal Anadir e Altamir estavam desempregados, e como tudo não caminhava a favor do casal, Anadir estava grávida do primeiro filho, aos 25 anos.
Com pedidos insistentes, Ageu, o irmão dono do mercado, baixou a guarda, mesmo que com certa relutância, alugando assim uma pequena sala anexada ao mercado para a Anadir, que não possuíam dinheiro e experiência como empreendedora. Para comprar o primeiro estoque, Anadir e Altamir viajaram de Camboriú à Agrolândia para visitar a mãe do agora esposo, para que a emprestasse o dinheiro. Muitas lágrimas e pedidos foram feitos até que o empréstimo fosse de fato concretizado, tirado do colchão de palha.
Estoque comprado e mão na massa, fizeram com que em 1980 surgisse uma pequena panificadora e confeitaria. Na época só existiam até então, lojas com vendas focadas em públicos específicos e encomenda boca a boca.
Mesmo que nunca tivessem pensado em trabalhar no ramo alimentício, era a única oportunidade que possuíam, agarram com toda a força que puderam para que os ventos não a levasse embora. Com o passar do tempo aprenderam amar esse ramo que engrandece e melhora o dia a dia de milhões de pessoas.
No início como era de se esperar, as dificuldades foram sempre maiores, afinal, não possuíam o conhecimento que possuem atualmente, estavam entrando em um universo paralelo a tudo que já viveram anteriormente. Alegam que o esforço e a força juvenil para trabalharem até altas horas da madrugada, foram determinantes para superar qualquer empecilho que bateria a porta. – “Desde que abrimos procuramos a inovação, o melhor produto e ambiente para nossos parceiros e clientes, mas há uma palavra que define bem o nosso crescimento, é trabalho, sem o esgotamento mental e físico não teríamos chego onde chegamos”. – Conta Altamir. Bolos, salgados, pães e qualquer outro produto poderiam dar errado, mas a persistência leva à perfeição, assim pensavam, sem tempo para ficarem tristes e magoados.
Ele, sempre pensou que trabalharia numa área como reflorestamento, floricultura, ou qualquer outro que tivesse mesmo que um pequena ligação com sua formação. Mas se surpreendeu com a panificação, aprendeu a amar o ramo desconhecido.
Sete meses após a nova experiência, agora melhor estruturados financeiramente e com o olhar empresarial cada vez mais aguçado, surgira a oportunidade de mudar o ponto que pertencia ao Ageu, tornando-os empreendedores independentes e suscitando a mais tarde nacionalmente conhecida, Panificadora e Confeitaria Montibeller.
Finalmente o rumo do casal se encarrilhava ao destino de uma vida mais calma, pelo menos assim esperavam. Viajavam novamente a Agrolândia para ressarcir o empréstimo anteriormente feito para a aquisição do primeiro estoque de produtos, mas a mãe de Altamir não aceitou o montante, pois tinha feito a promessa – “As palavras dela foram, se vocês conseguirem fazer o negócio prosperar não precisam me devolver o dinheiro, mas se falharem não me peçam novamente que não ajudarei. Mesmo assim gostaríamos de devolver o que nos foi muito útil, infelizmente para nós, ela cumpriu o que disse e não aceitou, quis que ficássemos com o dinheiro para ajudar no início dessa nova vida a dois” – Lembra Anadir.
De volta a cidade que tanto amam, Camboriú, conversaram bastante e decidiram investir em especializações, começando a participar de palestras, congressos, feiras, cursos de panificação e principalmente de confeitaria. Mesmo com pouca experiência como empreendedora, Anadir gostava de ser diferente, inovar no que diz respeito a receitas e sabores, procurava notícias dos melhores empreendimentos gastronômicos e ia atrás. Se engana quem acha que essa parte foi fácil, afinal, telefone era inexistente no município.
Com o sucesso e o aumento da clientela, foram surgindo novos pedidos, alguns inusitados como levar o sabor da Montibeller para a cidade vizinha, a mundialmente conhecida Balneário Camboriú, pedido que foi realizado três anos após a abertura da panificadora, em 1983. Mas como na vida dos dois nada era tão simples, tiveram que adquirir um espaço em que era instalada uma verdureira e um açougue nas acirradas ruas comerciais da cidade, tendo que vender todo os produtos destes dois estabelecimentos para conseguirem bancar os custos do novo empreendimento. Após suarem muito para conseguir zerar os estoques, que não faziam parte do que estavam acostumados a lidar, conseguiram enfim, ajeitar o estabelecimento, limpar e abrir a primeira filial da Panificadora e Confeitaria Montibeller.
Em Balneário, de início não faziam as produções no estabelecimento, traziam de Camboriú para revender, com Anadir fazendo de seis a oito viagens por dia com produtos para serem comercializados. – “Na época eram menos ruas, os acessos eram mais rápidos e existiam menos carros, se fosse hoje em dia eu nunca teria feito isso” – Comenta, entre risadas, a empresária.
Eram cerca de 20 horas por dia de trabalho, afinal, além de fazer a loja de Camboriú continuar com o crescimento, precisavam produzir, encaixotar, embalar e transportar a mercadoria para Balneário Camboriú. Foram seis anos virando uma noite sem dormir, e outra também. Para ajudar, qualquer momento sofrido e vencido vira experiência para o futuro, foi criado o tal do plano cruzado, que não permitia que os estabelecimentos subissem o preço da mercadoria, mesmo que os agricultores subissem os preços dos materiais para confecção dos alimentos comercializados. Por final, mais uma batalha vencida, mesmo com todas as dificuldades impostas.
Como dizia o visionário americano Steve Jobs – “Às vezes, a vida vai te acertar um tijolo na cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me fez seguir em frente era que eu amava o que fazia.”
Anadir produzia sozinha em torno de 160 bolos e 70 rocamboles em uma sexta-feira, coisa que muitas empresas com seis ou sete estabelecimentos não conseguem.
O momento da virada da Montibeller aconteceu quando foram reconhecidos nacionalmente, em 1995 receberam o Prêmio Internacional de Qualidade em São Paulo, com direito a artistas renomados e uma pesquisa presencial sobre os estabelecimentos de todo o país. Viram ali que todo o suor derramado começava a valer a pena – “Eu trabalhava muito, mas a minha mulher era uma verdadeira guerreira, não tinha horário, tempo ruim, se era preciso virar a noite acordada, ela virava”. – Conta Altamir.
Anos depois, decidiram adquirir um terreno próprio em Balneário Camboriú, na Avenida dos Estados, uma das mais movimentadas avenidas da cidade devido ao grande fluxo de veículos que ali passavam – “Esse estabelecimento se tornou o meu amor maior, é onde me sinto bem e onde gosto de ficar, é o coração da Montibeller. Foi um sonho realizado, a cereja que faltava no bolo das realizações”. Declara Anadir.
A pedido dos irmãos, a profissional multitarefa ainda abriu mais uma filial, agora na Avenida Brasil, a principal avenida comercial da cidade, sendo a avenida do primeiro quarteirão antes da beira-mar e que liga uma ponta a outra da cidade.
Nessa caminhada foram abertas, deslocadas e encerradas diversas filiais, inclusive a primeira em Camboriú foi desfeita devido à grande demanda da cidade vizinha. Após mais de 15 anos, decidiram retomar a filial na cidade que abriu os braços e acolheu tão bem os dois. Atualmente contam com três lojas, a de Camboriú, da Avenida Brasil e a Avenida dos Estados.
Além do carinho com os clientes, os empreendedores souberam desde sempre valorizar seus colaboradores, sabiam da importância de cada um para o sucesso do negócio, chegando a ceder algumas panificadoras para funcionários fiéis que contribuíram para esta história de sucesso.
Entre os intervalos, tiveram mais duas filhas, além de Altamir Montibeller Filho, nasceram Poliana Montibeller e Najla Montibeller, Poliana se formou em publicidade e propaganda, um ramo nada parecido com os dos pais, mas acabou seguindo o caminho e empreendendo em Camboriú, assumindo a panificadora de lá.
Com a panificadora já estabelecida, Altamir se viu apto a mudar de ramo, vendo na política um lugar onde pudesse fazer a diferença e ajudar a população. Em 2009 Luzia Coppi assumia a Prefeitura de Camboriú, em seguida recebeu o convite para ser o Secretário de Esportes do município, onde atuou por dois mandatos, já que era envolvido nos esportes desde pequeno e Presidente do Camboriú Futebol Clube. Lembra que não demorou dois dias para aceitar o convite, mesmo com certa desconfiança do mundo político, que começava a fazer parte da sua vida.
Com seu caráter único e o gosto pela solidariedade, viu na Secretaria essa oportunidade de levar aos adeptos da prática esportiva uma melhora em suas vidas. – “O salário que eu ganhava como Secretário não utilizava pra mim, ajudava as pessoas necessitadas que nos procuravam, quem me sustentava era a minha família”. – Relembra o ex-secretário.
Depois de anos, por insistência da Prefeita Luzia Coppi, Altamir aceitou o pedido para se candidatar a vaga de Prefeito da cidade. Entrou de cabeça no projeto com a intenção de ajudar as pessoas, mesmo que por problemas partidários teve que optar por um partido com menor influência na cidade, faltando apenas trinta dias para as eleições. Não eleito, soube usufruir de toda a experiência que a oportunidade lhe ofereceu, sem mágoa alguma. – “Pretendia continuar com minha trajetória de auxílio as pessoas que realmente precisam, ia utilizar tudo o que ganhasse para ajudar os necessitados, assim como foi minha carreira na Secretaria de Esportes, mas infelizmente não deu certo”. Frisa Altamir.
Mesmo depois da derrota, como todos os ocorridos, pretende tentar novamente a eleição, para trazer felicidade e melhor qualidade de vida para os moradores do município. – “Se eu não conseguir me eleger, torço para que o eleito consiga transformar Camboriú na cidade em que todos queremos, numa cidade que não seja dividida por partidos políticos e sim que um grupo de pessoas que se preocupam com a população trabalhem firmemente e incessantemente a favor dela”. – Cita Altamir.
Chega a ser redundante dizer que no começo não obtinham tempo para ter uma vida pessoal saudável, mas com o passar do tempo e o nascimento dos filhos, começaram a conseguir conciliar o profissional e o pessoal, até porque foram bastante exigentes em relação aos estudos com os filhos, acompanhando de perto a formação deles. Participavam das reuniões escolares e passeios, levavam na escola e faziam além do que podiam, como por exemplo, em alguns prêmios que a padaria recebeu, Anadir não tinha tempo para ir ao salão se produzir, indo direto aos eventos. Com o passar do tempo foram conseguindo conciliar.
Tradição, empresa familiar, que trabalha para servir as outras famílias da região, com atendimento de qualidade e preço justo. – “Vai chegar um momento que teremos que passar o bastão” – Altamir Montibeller. Essa nova jornada já está sendo lapidada, assim como qualquer pedra bruta que precisa ser polida para obter o seu verdadeiro valor, onde Altamir Montibeller Filho já acompanha os pais na administração da padaria da cidade praiana, Poliana na de Camboriú, enquanto Daniela atua como sócia na unidade em Balneário da Avenida Brasil.
Há mais de 10 anos Altamir se afastou do ramo da panificação deixando a empresa nas mãos da esposa, e focando suas energias em ajudar a população, através da política e do esporte. É seu sonho, sua missão na vida, ajudar ao próximo o máximo que puder, com seu enorme coração cheio de esperança em um futuro traçado ao bem-estar, segurança e felicidade de todos.
Além do plano de tentar a eleição na capital do mármore, Altamir quer aproveitar do que juntamente da esposa construíram nesses anos de luta, suor e trabalho, e o que é mais importante para os dois, aproveitar a família.
Anadir, mulher guerreira, que define sua vida como trabalho, agora é realizada pessoalmente, feliz, bem casada, bem sucedida, humilde e que busca passar a experiência nos negócios aos filhos, que pretendem continuar essa linda história. Sua nova paixão além do trabalho são seus netos Bárbara e Manoela, filhos de Poliana Montibeller e José Pereira Júnior e Antônia, filha de Altamir Montibeller Filho e Gabriela Zucki Montibeller.
Após a jornada de mais de 39 anos, com respeito ao cliente, funcionários e mantendo a qualidade excepcional, a Montibeller sem dúvidas continuará em boas mãos para que essa trajetória, que está apenas no início, chegue a 50, 60 e 100 anos. Como dizia o cientista Albert Einsten – “Tenha em mente que tudo que você aprende é trabalho de muitas gerações. Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos”.
Bets, também conhecido como taco ou jogo de taco, era um dos jogos favoritos assim como o vôlei, possuí muitas medalhas e conquistas, mas apesar da facilidade com o esporte a trilha da vida o guiou para fazer outros tipos de cortes. Ele lembra com carinho das amigas Bruna e Mariana que marcaram essa fase transluzente de sua vida com muitas risadas.
Filho de Nelsi Terezinha Paschoal e Valdir Paschoal demonstrou sua paixão e habilidade com cabelos desde cedo, mesmo que muitas vezes desapercebido. Sua irmã relata que antes da adolescência já passava horas mexendo e revirando seus cabelos, da mãe, da tia “Cê”, além das amigas que visitavam a casa em que moravam – “ele não perdoava ninguém, até minhas amigas que nos visitavam tinham que ser penteadas por horas” – brinca a irmã.
Ainda muito jovem, o menino prodígio já tinha em sua mentalidade toda a estratégia para conquistar seu espaço, pensava em trabalhar duro e conseguir suas próprias coisas sem depender de ninguém. Quando ganhava dinheiro da mãe, sabia guardar e utilizar nas oportunidades que realmente valiam a pena, sabendo dar o valor correto a cada centavo.
Aos treze anos começou sua jornada no mundo da beleza, conta que pegou mil reais emprestado de sua mãe viajou até uma cidade da redondeza e apareceu na porta de um salão de beleza com uma proposta inusitada, anunciaria na rádio que estaria nesse mesmo salão em um determinado dia e compraria todos os cabelos das pessoas que ali fizessem os cortes, pagando uma taxa ao proprietário do salão pelo uso do espaço. Mesmo com a precoce idade, o proprietário do salão aprovou a proposta e Diego conseguiu duplicar o capital que recebeu emprestado comercializando os cabelos que comprou, prontamente devolvendo a parte da sua mãe.
No colegial Diego era da turma do fundão e tinha notas medianas, chegou a pegar recuperação uma vez em matemática, fato que o deixou morrendo de medo de reprovar, mas após muito estudo passou, conta. Nunca foi de desrespeitar ou atrapalhar a aula e não estudar, sua mãe o ensinou que o professor é o segundo pai de cada pessoa. Talvez sem perceber sua paixão por cabelos sua matéria favorita era química que utilizada de maneira correta pode ajudar na hidratação, nutrição e reconstrução dos fios. A própria química que muitas vezes não é vista, mas está em quase todos os elementos básicos da estética, como um simples xampu que contém pH (potencial hidrogeniônico) que pode interferir na estrutura, brilho, maciez e saúde dos cabelos.
Com sua estatura relativamente alta, 1,80 metros, se destacou jogando vôlei pelo colégio em que estudava, participando de vários campeonatos municipais e aceitando a proposta de jogar pela cidade. Ganhou diversas medalhas e participou de competições de alto nível, como o campeonato estadual.
A partir daí começou uma rotina intensa, de manhã estudava, a tarde treinava pela cidade, final da tarde pelo colégio e a noite trabalhava com sua família fazendo mega hair, que é um tipo de alongamento de cabelos para aumentar o comprimento e volume dos fios.
Assim como muitas vidas e histórias tão conhecidas nas telinhas de televisão e na própria realidade, cresceu com pais separados desde os dois anos de idade, onde teve de assumir o papel de homem da casa precocemente na adolescência, e nunca sentiu peso para ter tal responsabilidade. Seu carinho e relação com a mãe nunca deixaram que a falta do pai transparecesse e atrapalhasse em sua jornada.
Sempre quis ter muitos amigos, tratava todos com carinho e respeito, fazendo seu circulo repleto de pessoas, e claro sempre com muito mais meninas do que meninos. Lembra com um sorriso no rosto que nessa fase da vida era uma espécie de cupido já que os meninos para conquistarem uma namorada precisavam de um contato para realizar a aproximação, Diego era o responsável para passar as informações. Assim tanto os meninos quanto as meninas o cercavam para fazer amizade.
Como quase tudo na sua vida foi rápido e precoce, conheceu a desilusão e a traição de amizades cedo, contou para a melhor amiga seu segredo mais íntimo, que também gostava de meninos, ao chegar à escola no outro dia todos em sua sala já sabiam da sua opção sexual e aquilo foi algo que o marcou. Não entendia a maldade no coração das pessoas, sempre foi tão carinhoso, parceiro, amigo e num piscar de olhos se sentiu em um lugar desconhecido, onde todos lhe eram estranho, nos olhos das pessoas era possível ver o julgamento por uma simples opção, não deveria ser tão difícil assim, mas foi.
Essa experiência serviu para deixar Diego ainda mais forte, recusou os rótulos e decidiu seguir seu caminho, sabia que para construir sua vida seria muito complexo em uma sociedade que ainda não havia despertado para a aceitação das pessoas da maneira que elas são e decidiu que daquele dia em diante faria o que seu coração mandasse.
Em pesquisa feita pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2018, revelou-se que 50% das crianças e jovens de todo o mundo sofrem ou já sofreram algum tipo de bullying, no Brasil o percentual é de 43% de acordo com o relatório, um dado alarmante já que para as vítimas há um leque enorme de consequências como queda de rendimento escolar, dificuldade em fazer amigos, isolamento, tristeza, depressão, ansiedade e abandono.
Na reta final do terceirão, a fofoca se espalhou pelo colégio e a confusão estava armada. Conta que um colega de sala quis fazer bullying contra ele e não abaixou a cabeça, respondendo-o. Chegando o término da aula, o menino e mais sete amigos tentaram agredir Diego, que foi milagrosamente salvo pelas tias da banca na frente do colégio. Os agressores ainda conseguiram pegar o celular de Diego recém-comprado, e quebrar, tornando o a confusão toda em caso de polícia.
No dia seguinte, os encrenqueiros e o menino prodígio foram chamados na secretaria da escola, juntos aos seus pais, Diego só com a mãe, e tiveram que se desculpar tornando os quinze dias restantes para o término das aulas mais tranquilos e apaziguados.
Após a confusão os dias até o fim do ensino médio passaram sem maiores problemas, apesar da tensão e da amizade desfeita com sua agora ex-melhor amiga.
Conheceu um rapaz e começaram a sair, todo final de semana se encontravam, Diego mentiu no início dizendo que iria fazer dezoito anos, sendo que possuía apenas quinze, afinal, passava desapercebido já que era alto e tinha um corpo atlético. Foi justamente aí, que Diego finalmente assumiu quem realmente ele era, afinal o pior já havia passado e agora a fase adulta o aguardava.
Sua preferência sexual já estava nítida para a mãe e irmã, mas choraram muito quando Diego contou ao mundo, com medo de que sofresse com agressões. Para ele, a opinião de sua mãe valia muito, era o espelho de pessoa, batalhadora e carinhosa, a melhor mãe do mundo. Sua mãe Nelsi tinha razão, afinal o Brasil é o país onde mais matam LGBTQ+ (atualmente o termo LGBT é o mais utilizado, representando: lésbicas, gay, bissexuais, travestis e transsexuais. O termo foi aprovado no Brasil em 2008 em uma conferência nacional para debater os direitos humanos e políticas públicas de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transsexuais).
Felizmente Diego nunca teve problema por sua opção sexual, já que é uma pessoa discreta e focada em seu trabalho. Entretanto seu pai não aceitou muito bem a escolha do filho, mas Diego nunca se importou com isso, afinal o contato que tinham era quase que inexistente, sendo assim nunca foi possível sentir falta de algo que ele nunca teve.
Após finalizar o ensino médio como de costume é a hora de escolher um vestibular e focar as energias em passar. Pensou em ramos como publicidade e propaganda, jornalismo ou medicina veterinária, mas nenhum deles o enchia os olhos como sua amorosa relação com os cabelos. Acabou não entrando para a faculdade, mesmo passando em todos vestibulares em que prestou prova.
Também nessa fase, pelos 15 ou 16 anos teve que deixar uma das suas paixões, o vôlei. Após sofrer algumas lesões no cotovelo e joelho começou a colocar na balança tudo o que gostava e foi abdicando do que menos queria para focar todas suas energias na especialização como cabeleireiro.
Começou com cursos básicos, muita leitura e o sonho de ter um dia seu próprio salão. Aos 17 anos, mudou-se para Balnéario Camboriú, a capital catarinense de turismo, linda por natureza e esbelta por suas belezas, um sonho para qualquer jovem com planos ambiciosos. A aventura partiu do convite de um colega e Diego não teve dúvidas em aceitar, apenas receio de como se sentiria longe da sua família e amigos. Lembra até hoje do primeiro apartamento, localizado na rua 951, no centro da movimentada cidade que recebe turistas doze meses por ano.
Diego e seu amigo viveram uma vida de ciganos e aventureiros, a cada vencimento do aluguel partiam para um novo local, uma nova experiência em busca de firmar suas raízes em Balneário Camboriú.
Após três anos dividindo o aluguel com seu amigo e muitas casas diferentes depois, começou a trabalhar num salão bem pequeno, onde conheceu o desespero da vida adulta, recebeu após o fim de uma semana exaustiva aos prantos apenas sessenta reais de salário, passando a pensar que morreria de fome. Ainda assim, aguentou três meses neste salão, incrédulo de que não seria capaz de se manter sozinho. Aprendeu aí que nada seria fácil e teria que resistir fortemente para não ter que pedir ajuda para sua querida mãe, que o vigiava a mais de 718 km de distância.
Sua segunda oportunidade no litoral norte de Santa Catarina também não foi das mais inspiradoras, afinal Diego queria ter a chance de brilhar e mostrar todo seu talento e conhecimento, mas sua patroa em um salão não o deixava criar asas e voar, ficando só com a parte dos acabamentos de cabelos e finalização de mechas.
Partiu para outro salão, onde conheceu sua amiga Márcia na qual aprendeu muito e sente carinho até hoje. Mas como em toda sua vida, aprendeu a buscar mais e nunca se acomodar na zona de conforto.
Na quarta oportunidade teve sua primeira alavancagem profissional, o salão Beauty Shop abriu suas portas para Diego se especializar, inclusive sua primeira especialização em loiros foi lá. Agora sim, acreditando que as coisas poderiam começar a dar certo e seus passos se tornaram mais firmes para construção de sua marca.
Após um dia muito agitado de trabalho, passando mais de quatorze horas no salão, pegou um ônibus à noite em direção a mais uma das dezenas especializações, em São Paulo desta vez, chegando pela manhã do dia posterior não conseguiu entrar no hotel em que tinha se hospedado para realizar o check-in. Foi direto para o curso com a mesma roupa do dia anterior, parecendo um patinho feio no meio daqueles outros cabeleireiros arrumados com ternos e roupas sociais, com rostos descansados aparentando dormir o bastante para um dia cheio de aprendizado. Após finalizar o curso recusou um convite inesperado, a diretoria do curso o chamou para compor a equipe de especialistas, mas não queria ser apenas mais um em meio onde há diversos profissionais capacitados.
Essa mesma visita a São Paulo foi um divisor de águas para a carreira do menino prodígio, que já não era mais um menino, talvez nunca tenha sido por tantas responsabilidades e desafios, e sim um homem, responsável e de um caráter único, lá na capital paulistana viu a ideia de outro cabeleireiro que sempre falava em “loiro dos sonhos” para suas clientes e nas redes sociais, que já estavam entrando em voga.
Intrigado e pensativo voltou para Balneário com isso na cabeça, queria algo parecido, queria que as pessoas o vissem com algum diferencial, algo que tivesse relação com o slogan “meu loiro”. Pesquisou, quebrou a cabeça e criou o marco da sua carreira até aqui, a técnica de sua autoria nomeada de “Blond Perfect”, o loiro perfeito.
Toda e qualquer postagem que realizava em suas redes sociais, publicidades impressas e qualquer tipo de mídia tinha a menção do #blondperfect.
Foi recebendo a honra ao mérito e reconhecimento como o Amigo das Loiras, Queridinho das Loiras e outros renomes de destaque que as próprias clientes o davam, porém o nome que pegou foi “O Rei das Loiras”.
Esse foi o pontapé inicial para ter seu próprio salão: – “vou contar um coisa que poucas pessoas sabem, trabalhei em um salão onde a dona não me pagava e sempre me rebaixava, tirando toda autoestima que possuía” – conta Diego.
Com o constante crescimento do ramo da beleza, a cada dia novos profissionais e empresas surgem em busca de oferecer um diferencial competitivo para conquistar seu território. Segundo estudo realizado pelo SEBRAE, de 2010 a 2015 o segmento de centros estéticos e salões de beleza aumentou 567%, o avanço foi de aproximadamente 72.000 empreendimentos para 500.000 no ano de 2016, resultado com teor significativo e que mostra o quanto o mercado tem se mostrado competitivo e vantajoso ao mesmo tempo, no Brasil.
Seu colega que também era cabeleireiro o incentivava a abrir seu próprio salão, mesmo sabendo das diversas barreiras que iria ter de enfrentar. Foi então que lhe ofereceu metade do investimento que deveria ter para abrir a empresa, e Diego parcelou o resto, “em tantas parcelas que só Deus sabem quantas gotas de suor caíram para que fossem pagas” – conta Diego.
Surgia aí o salão que mudaria e muda muitas vidas, o Blond Hair by Diego Paschoal, especializado em cabelos loiros.
Como em qualquer novo empreendimento no Brasil nada é fácil para começar do zero. Abdicou de muitas coisas, como sair, comer em algum lugar legal, assistir um filme e até comprar roupas novas. Manter-se focado em situações como essa, é para poucos, mas estava ciente que isso tudo era passageiro e conseguiria recomeçar.
O objetivo principal de todo empreendedor é manter as contas no azul, calculava exatamente qual valor tinha que ganhar por dia para conseguir manter o salão e seus três colaboradores. Começou enxuto com apenas duas cadeiras e dois espelhos, hoje conta com uma estrutura completa, além de espaço noivas e sala de espera.
Para alguém tão jovem, nascido em 18 de abril 1993, era um desafio ainda maior, afinal estava sem a presença física da sua família e localizado na principal avenida da cidade.
Algumas batalhas foram vencidas e outras perdidas, mas Diego foi ganhando reconhecimento e a confiança do público, um de seus pontos altos foi quando lançaram pela primeira vez na capa de uma revista regional que estampava seu apelido dedicado carinhosamente pelas clientes: “O Rei das Loiras”. Nelsi, sua mãe foi aos prantos quando recebeu a capa do seu menino, reconhecido como um dos mais habilidosos profissionais do ramo.
A partir daí uma ascensão começa, mulheres e homens procuram o Rei das Loiras, mesmo algumas não sendo loiras para que o toque mágico de suas mãos destaque ainda mais sua beleza.
Alguns momentos marcantes aconteceram durante esse pico de sucesso, fazendo Diego aprender que a estética não é apenas externa, ela é muito mais complexa do que isso, percebeu que sua habilidade também transformava vidas. Uma mulher que entra e vê sua beleza de volta, saí de lá com a autoestima nas alturas e a felicidade estampada no rosto. Percebeu que seu trabalho era muito mais importante do que imaginava, ao lidar com a autoestima de homens e mulheres que frequentam seu salão é preciso muita cautela para que as pessoas sempre saiam felizes e satisfeitas, pois “muitas vezes o que a pessoa busca não uma mudança na aparência e sim conforto pra alma” – comenta Diego.
Aprendeu também a lidar com qualquer tipo de público e sentimentos, já atendeu pessoas extremamente ricas que se sentiam vazias por dentro, e pessoas que juntavam dinheiro por meses para poder fazer o cabelo com ele e que passavam uma energia sensacional.
– “Mulheres já choraram em minha cadeira por problemas que estavam passando, como separações e brigas, e veem no salão uma forma de levantar a autoestima novamente, de sentirem melhores e completas. Procuro sempre fazer o meu melhor para que elas voltem a sorrir, pois cada sorriso que recebo é um prêmio pelo trabalho que ofereço, e isso não tem preço” – cita Diego Paschoal.
Buscar ao máximo o perfeccionismo é uma das características de profissionais e empresários qualificados, ser chato no bom sentido, exigente e querer que as coisas fiquem exatamente do jeito certo é o mínimo que Diego busca.
Uma história curiosa destaca a personalidade e empatia que Diego Paschoal tem com as pessoas acontecimentos inesperados acontecem, como ter problemas com seu mega hair no dia 1º de janeiro, às sete horas da manhã, alguém pra ajudar nessas horas é quase impossível, não para “O Rei das Loiras”, que conta ter auxiliado uma turista salvando mais uma vida da vergonha que poderia marcar essa jovem e estragar as férias no balneário mais badalado do Brasil.
Com o passar do tempo conseguiu realizar mais um sonho, trazer sua mãe e irmã para Balneário Camboriú. – “Quando vim morar pra cá, além de trabalhar com ele, Diego me transformou em loira, mas sempre foi meu sonho ser, e ele realizou”. Conta Carol, sua irmã.
É fato que o ramo em que Diego resolveu seguir é amplamente diversificado, um cabeleireiro pode trabalhar de diversas maneiras, onde todas elas apresentam seus benefícios e dificuldades, e por ser uma área onde há diversas especialidades o profissional deve escolher o que mais se adapta, como colorista, especialista em cortes longos, crespos, curtos, masculinos, femininos, penteados, reparador, lavador, mechas, luzes, reflexos e muitos outros.
É de supra importância especializações, confiar no profissional na escolha das cores, tons, cortes, é essencial. São eles que buscam conhecimento, que sabem como ficaria o rosto mesmo antes de tentar algo novo, a opinião dele deve ser levada a sério, afinal, ninguém quer sair arrependido.
Atualmente, o sucesso do menino prodígio chegou a um patamar tão elevado que pessoas do Brasil inteiro viajam a capital catarinense de turismo para terem o toque mágico do cabeleireiro em seus preciosos fios de cabelos, compostos por carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e enxofre, uma mistura química da matéria preferida de Diego, no colegial.
Ele ainda investe muito tempo no salão, seu local preferido, mas consegue agora conciliar trabalho e lazer, apesar de não conseguir tirar férias ou ficar longe por muito tempo.
Além de cabeleireiro e empreendedor, recebeu a oportunidade de apresentar um quadro na TV local, onde dá dicas, mostra técnicas e realiza diversas entrevistas envolvendo o ramo da beleza.
Após três capas de revista, dezenas de entrevistas, milhares de seguidores e fãs, calculamos rapidamente, as pressas, aproximadamente três mil pessoas passam pelo empreendimento do “Rei das loiras” por ano.
Em 2019 o Blond Hair completou seu quinto aniversário, com um salão completo, oferecendo além do toque do Rei das Loiras, serviços como unha, escova, espaço noiva, hidromassagem e massagem.
O sucesso não foi por acaso, histórias como as de Diego servem de inspiração para diversos jovens sonhadores que um dia tentarão trilhar o mesmo árduo caminho, mas que com muita dedicação também chegarão ao sucesso, basta ter fé, foco e determinação. – “O sucesso não se ganha, se conquista” – finaliza Diego Paschoal.
Porém, existem algumas pessoas que, com o exemplo das suas vidas, teimam em contradizer não somente o bilionário Buffet senão todas aquelas pessoas, importantes ou não, que acreditam nessa teoria, que nem sempre se torna realidade.
Mohamad Hussein Abou Wadi, brasileiro mesmo com um nome estrangeiro, é uma dessas figuras humanas que rompem esquemas, paradigmas, fórmulas prontas para explicar o que, muitas vezes, não vale a pena explicar.
Ele nasceu em Lages (SC), filho de pai libanês e mãe lageana. Ele e seus irmãos Daruichi Abou Wadi e Mahmud Abou Wadi afirmam que tiveram uma infância normal, mas certamente foi muito diferente da de muitos brasileiros. Aos três anos de idade, a família foi para o Líbano e lá Mohamad ficou até os doze anos. Além do árabe, língua oficial do país, foi obrigado a aprender o francês já que a escola que ele frequentava alfabetizava e ensinava nos dois idiomas.
O Líbano é um país com uma história de quase três mil anos. Berço dos fenícios, que deixaram no DNA dos libaneses o gosto pelas negociações e o tino comercial. Beirute, em algum momento da sua história foi considera uma segunda Paris, por diferentes motivos. O país passou por momentos complicados, com guerras internas e ocupações de forças estrangeiras. A história, os acontecimentos, as vicissitudes, moldaram o caráter do povo daquela nação.