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ISABELE PIRES MACHADO DA ROSA

INLAB, INGLÊS PERSONALIZADO – A língua inglesa mudando a vida de uma brasileira

Uma história um pouco diferente, de uma jovem, muitos podem falar prodígio, outros esforçada, guerreira ou batalhadora, Isabele Pires é uma mulher ímpar, que conseguiu o que conseguiu com muita sabedoria e luta.

Nasceu na capital do Paraná, Curitiba em 1994, a cidade mais populosa do estado e a oitava do Brasil, também é conhecida por possuir a mais baixa taxa de analfabetismo e a melhor qualidade de ensino básico dentre todas as capitais. Isabele não ficou muito na cidade, aos nove anos mudou-se para Balneário Camboriú, também conhecida no cenário nacional, mas como a capital catarinense de turismo.

Logo aos dois anos se deparou com a separação dos pais, acabou morando com a mãe, avô e avó. Sua mãe Adriana Ribeiro Pires, a teve também muito cedo, com apenas dezessete anos, mas isso não foi um empecilho para criar e disciplinar Isabele.

Na infância morava em uma casa que tinha bastante acesso a natureza, adorava esse contato e energia que a sintonia com a natureza traz. Como sempre foi muito sociável, conversava e brincava muito com os amigos na rua, gostava de andar de bicicleta, brincar de esconde-esconde, pega-pega, subiam em árvores. A turma depois da aula se encontrava praticamente todos os dias para se divertir.

Talvez pela ausência do pai e essa independência para sair e brincar que é muito rara hoje em dia, onde crianças vivem mais em casa trancadas do que com os amigos, Isabele desenvolveu desde cedo uma personalidade muito forte, gostava de ser a mandona nas brincadeiras, organizar e ordenar as outras crianças.

Nos estudos teve a oportunidade de frequentar escolas de padrões muito bons, mesmo que se mudando constantemente. Até os nove anos estudou no Paraná em um colégio católico, lá aprendeu a respeitar regras e seguir o cronograma que era imposto, mesmo sendo um pouco rígido as vezes, tem boas lembranças de lá. Em seguida quando mudou-se para Balneário Camboriú, onde estudou apenas por certo período, pois intercalava idas e vindas para a Inglaterra.

Na Europa teve a oportunidade de fazer dois anos do ensino médio em um colégio só para meninas. Sempre foi dedicada e teve notas boas, mesmo o inglês não sendo sua primeira língua. Apesar de a timidez atrapalhar, amava sociologia, adorava estudar sobre o comportamento e as reações das pessoas.

– “Quando morávamos na Inglaterra, ela tinha 10 anos, nós nos mudamos de cidade, eu estava bem apurada organizando a mudança na nova casa e ela estava preocupada porque ainda não tinha achado escola para ela, então ela mesma foi atrás da escola sozinha através de uma pesquisa no Google e deu certo, fomos lá à escola que ela mesma escolheu e fizemos a matrícula dela, o que mostra que desde cedo já mostrava sua independência e coragem para correr atrás do que realmente queria”. Conta Adriana, mãe de Isabele.

A oportunidade de ir para a Inglaterra surgiu a partir da sua mãe, durante o período em que Adriana, sua mãe, procurava um emprego, finalizava um curso de inglês e procurava um lugar fixo para morar. No primeiro ano, Adriana foi para a Inglaterra e deixou Isabele aos cuidados de sua avó no Brasil. Nesse período seu avô havia acabado de falecer.

No sentido emocional foi um dos piores momentos de sua vida, uma criança com a mãe longe de casa e tendo que lidar com o falecimento do seu avô ao mesmo tempo. Para compensar as frustrações, descontava tudo na comida, fazendo-a engordar mais de 10 kg. Com isso veio a baixa autoestima e o aumento de bullying por parte dos colegas de escola.

Infelizmente esse é um dado bem triste, segundo um levantamento da Organização das Nações Unidas uma em cada três crianças sofrem bullying durante o período escolar, motivo que pode causar desempenhos baixos e frequentes doenças físicas e psicológicas, as vezes até irreversíveis.

Para Isabele o seu maior desafio enquanto criança e adolescente foi justamente conseguir se expressar em um lugar onde ela era a pessoa diferente, de outra nação, de outro país. Suas primeiras amizades na Europa foram justamente com outras crianças que como ela vieram de outros países. A primeira vitória dessa época foi conseguir ler um texto na frente da sala de aula sem gaguejar, onde todos conseguiram entender todas as palavras, a partir daí o sentimento de inferioridade e o bullying foram sendo superados e começou a mostrar quem realmente era a Isabele.

– “Morei na Inglaterra por oito anos e meio, a Isabele acompanhou minha trajetória, ela morou quatro anos lá e foi um desafio enorme na vida dela, pois estava entrando na adolescência, mas superou as dificuldades de morar no exterior. A principal dificuldade que fez ela se fortalecer foi aprender a língua, se adaptar a cultura britânica, se socializar e ser aceita, portanto quando ela voltou para o Brasil ela sentiu muito, acredito que foi isso que fez ela ter esse amor pela língua”. Relembra a mãe, Adriana.

Como geralmente acontece, durante essa fase de infância e início da adolescência é mais comum as pessoas se engajarem em esportes, para Isabele a dança e a ginástica olímpica se encaixavam mais ao seu gosto, nunca se deu bem com esportes mais convencionais como futebol, basquete e vôlei. Brinca quando lembra que só não era a última a ser escolhida nesses tipos de esporte porque sua melhor amiga levava muito jeito pra esses esportes e a escolhia, por conta da amizade, é claro.

Passado o tempo e de volta ao Brasil, já sabia qual carreira gostaria de seguir, qual curso escolheria para se especializar, seria administração. Com 16 anos entrou e no ano de 2016 se formou pela UNIVALI de Itajaí.

Antes mesmo de entrar na faculdade de Administração, a mãe de Isabele ficou sabendo de uma vaga de professora de inglês em uma escola do Brasil, decidindo indicar sua filha para a função, sem mesmo perguntar a ela. No fim, Isabele aceitou a oferta de emprego e foi dar aulas de inglês, que inicialmente eram apenas complementares, ganhava muito pouco, cerca de R$300,00 ou R$400,00 reais ao mês, que era o dinheiro que utilizava para si mesma para sair ou comprar algo que desejava.

Aos dezoito anos ingressou como professora em outra escola de inglês, em uma franquia da Yazigi onde realmente aprendeu a dar aulas, a ser uma profissional da educação, além de descobrir uma paixão por ensinar. Como fazia alguns anos que não visitava a Inglaterra ou algum lugar da Europa, através do ensino do inglês conseguiu manter a fluência na língua.

A experiência na franquia durou três anos e meio, pois Isabele queria tentar realizar o sonho de ter o seu negócio e dar aulas por conta própria. Em 2016, no começo, tudo era meio incerto, pois não possuía uma grande cartela de alunos, não tinha um local fixo para ministrar as aulas, além de não possuir grande capital para investir.

 A primeira tentativa de empreender durou cerca de um ano e não foi como desejava, então em 2017 decidiu voltar a dar aulas para escolas até que pudesse criar uma base forte de experiência para o seu próprio empreendimento.

Durante essa nova jornada como professora decidiu abrir um blog para publicar vídeos. Essa atividade fez com que várias novas portas lhe abrissem, pessoas vieram atrás para fazer parcerias, como uma blogueira que a ajudou na divulgação de aulas particulares em troca dos ensinamentos da língua inglesa. A parceria deu tão certo que depois de seis meses, Isabele iniciou as inscrições das aulas particulares e começou a receber mais do que na escola em que dava aula. Dessa forma, logo decidiu novamente deixar de dar aulas na franquia para focar nas suas próprias aulas particulares.

Na sua segunda tentativa como professora e empreendedora o resultado foi diferente, logo de início viu que os alunos estavam se mantendo por mais tempo e as aulas só aumentavam.

– “Ela começou muito cedo a dar aulas de inglês, algo que admiro na Isabele é que ela nunca se contentou com pouco. Começou sendo professora em escolas de inglês tradicionais, até que resolveu se arriscar em começar a dar aulas particulares num espaço cedido pela sua mãe. Quando começou a ganhar o mesmo que ganhava na escola, abriu mão da segurança que possuía lá e foi trabalhar por conta, porque mesmo com medo, ela sabia do seu potencial”. Comenta sua amiga, Larissa Bernardo Valmorbida.

Isabele não parou de fazer os vídeos para postar no YouTube mesmo com as aulas particulares indo muito bem, muito pelo contrário, acabou aumentando a quantidade de vídeos e também terminou indo postar no Instagram, outra rede social popular. Inicialmente os vídeos eram só de dicas, mas queria contextualizar o que ela colocava nos vídeos para as pessoas entenderam melhor, de forma clara, então imitava situações da vida real e dentro da situação encaixava a dica.

Como ninguém nasce sabendo de tudo, e tudo que nós fazemos vai sendo aperfeiçoado aos poucos, Isabele foi melhorando seus vídeos, melhorando suas performances em frente as câmeras para levar o melhor conteúdo possível para seus seguidores. Foi tentando coisas novas que aumentou o seu público e visualizações.

– “Hoje eu posso dizer que as publicações que são feitas foram moldadas pelos meus seguidores, eu vejo os elogios, as opiniões, as críticas, os vídeos mais assistidos e tento sempre fazer o que eles realmente gostam de assistir, acho que esse é o segredo do sucesso da minha página”. Complementa Isabele.

No final de 2017 já haviam mais inscrições do que poderia suportar em um dia de aula particular, então teve que tomar uma grande decisão que transformaria sua vida de empreendedora, teve que criar turmas de inglês, transformando as aulas em um formato de uma escola realmente. A sala cedida pela sua mãe, que na época deixou seu trabalho, ficava localizada em Balneário Camboriú, na Rua 2414, inicialmente era uma sala pequena, com apenas seis cadeiras e um quadro, mas já era o suficiente para iniciar seu sonho.

Segundo um levantamento em 2019 feito pela British Council mostrou que apenas 5% da população brasileira sabe se comunicar em inglês, o que o colocou no 41º lugar dentre os países no ranking de pessoas com fluência na língua.

O sucesso acompanhado de muito esforço começou a dar frutos, com apenas três meses a sua escola já havia triplicado os lucros. Nesse momento se viu pensando e repensando, sabia que tinha vencido as dificuldades e estava no caminho correto, o caminho do sucesso.

O que fez Isabele escolher o Brasil ao invés da Europa para empreender foi justamente a vontade de mudar a vida das pessoas. No Brasil sabemos que tudo é mais difícil, que a acessibilidade para as pessoas é mais complicada, então conseguiria e consegue ajudar mais pessoas de uma só vez.

Pensando o que havia feito de errado ou diferente da primeira tentativa de empreender, percebeu que não havia se focado o suficiente, pois tinha acabado de se casar com Caique Jorge da Rosa, acabado de se formar e tinha se mudado de casa, então as incertezas assombravam seus pensamentos, duvidava de si mesma e se isso era o que realmente queria para a sua vida, para o seu futuro e da família.

Felizmente não abandonou seu sonho de empreender, no tempo certo refez seus planos e conseguiu, ajudando e ensinando milhares de pessoas. Seu amor, Caique, foi de extrema importância para que tudo desse certo no final, a ajudou a conhecer melhor esse mundo do empreendedorismo, a apresentou vídeos e cursos sobre o assunto, sem nunca deixar de motivá-la a continuar com a escola.

– “Eu recebi o talento da parte de Deus de falar inglês e conseguir transmitir isso para outras pessoas através de ensinamentos, é um presente para mim. Uma menina jovem que foi jogada em um país novo e teve de aprender inglês para sua própria sobrevivência. Eu não poderia esconder isso, tinha que me esforçar ao máximo para multiplicar o que foi me dado, ensinar o máximo de pessoas possível”. Conta Isabele.

De aulas particulares para uma sala de aula, uma empresa formalizada, nome escolhido, Inlab – Inglês Personalizado, o sucesso estava batendo na porta e de uma coisa sabia, não poderia deixar baixar a animação. Os esforços foram redobrados.

Enquanto essas páginas são escritas, em 2020, Isabele já possui uma equipe de apoio na empresa, outros professores, coordenação e um comercial. Atua mais como administradora, dá assistência aos outros professores, verifica como estão os rendimentos dos alunos, pensa em novos projetos, passa muito mais tempo no trabalho do que em casa. Também conseguiu se mudar para um lugar mais apropriado, onde consegue receber mais alunos e trazer mais aconchego para eles.

– “Ela é apaixonada pelo inglês por dois motivos, não tem barreiras no mundo que impeça ela de se comunicar com outros povos e pelo dom de ensinar outras pessoas a aprender inglês e ter essa mesma oportunidade”. Confirma seu marido, Caique.

A Inlab surgiu para inovar o ensino de inglês, com novas técnicas de ensino, menos rígidas e mais atrativas aos olhos dos alunos, diferente das outras escolas, um formato mais leve e descontraído, cada aula é diferente, sem ter aquele famoso padrão “robótico”, uma técnica que dá autonomia aos professores.

Na escola de Isabele os alunos são surpreendidos diariamente, os professores são escolhidos a dedo para exercerem suas funções, pois são poucos que conseguem se desvincular dos padrões comuns das escolas. Na Inlab os alunos não são bombardeados de conteúdo, até porque cada pessoa possui seu tempo de aprendizado, o que é respeitado e auxiliado por todos que ali trabalham. Sem sombra de dúvidas esse é um dos diferenciais que fizeram da escola, com apenas três meses, já entrar no gosto dos moradores de Balneário Camboriú e região.

– “Mesmo que as vezes tenham alunos que necessitem de mais tempo para aprender, nós os guiamos com toda calma, prefiro ensinar tudo perfeitamente onde o aluno realmente aprenda e consiga colocar em prática, do que ele finalizar o curso e não conseguir conversar com ninguém. Ouvimos muitas pessoas falando que em um semestre conseguiram aprender mais do que dois anos em outras escolas, o que é muito gratificante, é o que nos faz seguirmos firmes e fortes”. Completa Isabele.

Esse desejo por inovações e tecnologias que corre nas veias da Inlab, fazem com que só existam pensamentos positivos para os próximos passos que irão exercer. Alguns planos para o futuro já estão sendo formalizados, Isabele quer abrir novas unidades de escolas da Inlab e também trazer o mundo on-line para sua empresa, aulas on-line para o Brasil inteiro. Já possuem alguns testes e protótipos para esses projetos, mas com os pés no chão quer consolidar todas as ideias antes de lançar algo pela metade, quer encontrar e solucionar todas as dificuldades dos seus seguidores em aprender inglês.

– “Quando se existe amor no que se faz, o sucesso é garantido. Diariamente vejo a empresa em ascensão, mesmo em meio a crises e incertezas que o país vive por conta do coronavírus, a escola sempre se manteve ativa e aumentando seu número de alunos. A Isabele busca se aperfeiçoar constantemente e profissionais que tenham a mesma vontade de crescer com ela. O cuidado que tem com a metodologia e tudo que envolve a empresa acrescenta ainda mais credibilidade no negócio dela. A Inlab é a única com esse método, já que o método foi criado e desenvolvido por ela mesma”. Se orgulha a amiga Larissa Bernardo Valmorbida.

Como se fosse uma chave para a felicidade, para o sucesso, o inglês mudou a vida de Isabele e através dela de tantas outras pessoas, essa vontade de ensinar e abrir as mesmas portas que um dia a foram abertas fazem com que não desista, criando uma base forte para que a língua mais falada do mundo se espalhe pelo Brasil.

Para a Inlab – Inglês Personalizado que nasceu em 2019, o futuro certamente será de sucesso, não somente uma, duas ou três franquias serão abertas, pois se essa garra e amor pelo ensinamento continuarem, irão chegar a todas as partes do país, trazendo acessibilidade para todas as classes sociais.

Já Isabele, a jovem guerreira, sonhadora e construtora de sonhos, que foi lançada aos desafios desde cedo, mas que venceu todos, possui um equilíbrio ímpar em sonhar e fazer, sabe a hora de agir e a hora de pensar, uma empreendedora nata e que alcançará muito mais sucesso ainda. Esse é só o começo dessa jornada, está apenas adentrando na ponta de um enorme iceberg. O amor por levar informação de qualidade e oportunidade para as pessoas é algo digno de uma pessoa especial, única.

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