Duas vidas entrelaçadas
Felipe e Gisele se conheceram no trabalho. Os dois eram professores no Unificado. Ela dava aulas de danças e ele de futebol, separados por uma parede de vidro, que não separava.
Certo dia conhecendo a rotina corrida dela ele ofereceu uma carona. Ele aproveitou a oportunidade para se aproximar e conhecer um pouco melhor aquela menina tão dedicada e trabalhadora. Ela por sua vez, pode perceber que ele tinha algumas virtudes interessantes.
Após algumas caronas e muitas conversas eles perceberam que tinham muita afinidade, a relação deixou de ser apenas de colegas de trabalho e se transformou no início de um romance.
Assim começou uma história de amor, uma história de vida. Gisele conta que ele era muito ligado aos amigos, valorizava muito esta relação, inclusive, tinha feito um pacto de não se envolver seriamente com ninguém, durante aquele ano. Um pacto entre amigos que era respeitado e levado à risca. As coisas se complicaram para Gisele, que um dia se descobriu apaixonada por aquele rapaz, por aquele colega de trabalho.
Felipe Valmorbida nasceu em Florianópolis (SC) e morou ali até os dez anos de idade. Entre os dez anos e os quatorze anos morou em Garopaba (SC) e depois em Balneário Camboriú (SC).
Ele conta que teve uma educação bastante rígida, que quando saia da linha recebia o castigo prometido e não tinha como fugir dele. Acredita que a educação que recebeu em casa foi fundamental para a formação do seu caráter, para modelar seu comportamento, tornando-o o que ele é hoje. Porém, adulto e com uma filha, acredita que o castigo físico já não faz parte da educação atual, que pode ser substituído por outros procedimentos. Para ele, amor, atenção e carinho são fundamentais na educação. Fazem a diferença.
Quando pequeno, foi uma criança educada. Esperto, sapeca, gostava de brincar muito, principalmente se era na praia. A família era grande: eram quatro irmãos em total, dois meninos, duas meninas. Em relação aos pais, existia muito respeito e obediência.
Numa das casas em que morou, na sua infância, existia um campinho bem na frente. Com isso passava grande parte do dia jogando futebol.
Devido às mudanças e as tormentas que atingiam a vida familiar, ficaram marcados na sua mente alguns momentos difíceis. Numa época morou no bairro Ponta de Baixo, em Florianópolis. Para chegar até o colégio onde estudava era uma verdadeira odisseia. Consumia no mínimo duas horas, utilizando o ônibus e caminhando um longo trecho.
Felipe tinha que cuidar da irmã menor, Larissa, pois os pais trabalhavam e os horários eram bem puxados. A situação econômica da família estava um pouco complicada e os pais tinham que se desdobrar para que não faltasse nada. Em algum momento, Felipe parecia ter uma vida de rico, mas não era nem estava perto de ser. Chegou a frequentar, devido às mudanças, colégios particulares e, também, um da periferia. Foi se adaptando, como um camaleão, achando seu espaço, fazendo amizades, se adequando ao lugar onde estava. Nem bem chegava se transformava em alguém popular, sabendo ouvir, participando de tudo, principalmente se envolvia com esportes. Gente boa conseguia se relacionar com muita facilidade, construindo amizades e encaixando-se no ambiente sem maiores problemas.
Um fato, para ele traumático, o marcou na época escolar. No colégio na terceira série, os alunos tinham programando um número musical para apresentar no Dia das Mães. Em determinado momento da canção, cada aluno, sem parar de cantar, sinalizava a mãe, fazendo que o ato público se transformasse numa homenagem particular e especial. Na hora, todas as mães estavam presentes, menos a dele, que por algum motivo não conseguiu sair do trabalho e chegar a tempo para a apresentação. Ele não conseguiu continuar quando não viu a mãe entre os presentes. Começou a chorar. As professoras não entendiam nada. Só mais tarde descobriram o que estava acontecendo. Quando a mãe chegou, ele continuava chorando. Foi algo que o marcou profundamente.
Felipe sempre gostou de esportes, praticando com muita seriedade. Competitivo, focado, esforçado, colocava todo seu entusiasmo no esporte que estava praticando. Gostava muito de futevôlei, pelo jogo em si e pelo fato de acontecer na praia. Juntava numa atividade só dois prazeres: praia e esporte. Futebol, futsal, futevôlei, tênis faziam parte do seu “cardápio”, o esporte o atraia muito.
Sempre se considerando e sendo um atleta, gostava de desafios, de vencer dificuldades e de ganhar. Pela sua atitude perante os outros, circulava sem problemas por todos os grupos, por todas as tribos, sendo bem-vindo em todo lugar. Fazia parte da sua personalidade se entrosar tão bem.
No colégio tinha boas notas, tudo resultava muito fácil para ele. Gostava de Matemática, Física, Química e Português. Participava ativamente das aulas e era um aluno respeitador, com um bom relacionamento com os professores e com os colegas de aula. Não se lembra de nenhum professor que possa chamar de fantástico, de diferenciado, alguém que o tenha marcado positivamente na sua vida escolar.
Porém, quando estava num colégio em Garopaba, aconteceu algo marcante. Numa aula de português, que ele adorava, o professor da disciplina deu-lhe uma pancada, com o livro, em sua cabeça, alegando que o mesmo conversava durante a aula. Ato descabido, totalmente fora de propósito. Felipe estava na sétima série. Sua mãe foi até a escola para busca-lo e a direção justificou tal ato como um descontrole emocional por parte do Professor, que passava por uma crise familiar.
Felipe acabou dedicando o horário correspondente às aulas de português para a Educação Física. De alguma maneira isso mudou o rumo da sua vida, já que no futuro acabou cursando a Licenciatura em Educação Física, abandonando outros projetos da infância e da adolescência.
Numa época ele sonhava com fazer algo relacionado com Ciências Exatas, algo com motores, mecânica, uma profissão que o levasse a trabalhar nas plataformas marítimas da Petrobras. Por diferentes motivos, econômicos e de tempo, acabou cursando licenciatura em Educação Física na Univali.
O fato de cursar uma licenciatura abriu para ele o caminho como professor. Ele começou no Unificado com um projeto para desenvolver o futsal no colégio. Tinha apenas dezenove anos e dava aula para alunos de dezessete. A prática do esporte, o conhecimento que tinha por jogar futsal, o ajudou a ir adiante com as aulas e transmitir segurança aos alunos. Ele sabia do que estava falando, sabia e demonstrava, ganhando o respeito da turma.
Assim, conseguiu desenvolver com sucesso seu projeto e trazer o primeiro título para o colégio com o time de futsal. Esse foi o começo da sua carreira dentro do Unificado.
Quando conheceu Gisele e começaram a se relacionar, ele tinha um acordo, um pacto com seus amigos Gregory e Ricardo: naquele ano ninguém ira namorar sério, somente curtir e se divertir. O tempo acabaria com o acordo, pelo menos por parte de Felipe e Gregory.
Gisele da Silva Valmorbida nasceu em Itajaí (SC), mas é camboriuense da gema. Nasceu na cidade vizinha porque não tinha um hospital habilitado para partos em Camboriú. Filha única, ela tem lembranças agradáveis da sua infância. Quando morava perto da marcenaria da família, brincava muito naquela área e no meio das madeiras.
Na adolescência, ela chegou a pedir um irmão para os pais. Sentia-se um pouco só. Mesmo sendo filha única, nunca se sentiu mimada nem agiu de maneira egoísta. Talvez a mãe a mimasse um pouco, mas o pai exercitava com certa severidade sua função de educar e disciplinar.
A vida lhe trouxe um irmão postiço, Alan. Ele chegou à vida da família através da Escola de dança Kaiorra, da professora Iolanda Hahn, que alugava o espaço que, antigamente, era da marcenaria familiar. Por algum motivo, Alan não pode continuar protegido por Iolanda e acabou integrando a família Da Silva e sendo praticamente um irmão de Gisele.
Gisele sempre foi muito falante, espontânea, vibrante. Tinha uma comunicação fluente e adorava dançar. Para ela a vida escolar não apresentou dificuldades. Era esforçada, focada e dedicada. Nunca aceitava menos de nove o dez nas suas notas. Uma verdadeira “CDF”.
No colégio fugiu dos esportes coletivos, principalmente aqueles que incluíam bola e muito contato físico. Gostava de teatro, dança e de imaginar projetos. Participou das aulas da Kaiorra e, quando surgiu a primeira viagem a Nova Iorque, a situação econômica da família não era das melhores. O pai se viu obrigado a fechar a marcenaria e as coisas estavam realmente complicadas. Ele tinha vendido tudo o que tinha, para honrar suas dívidas.
Gisele não desanimou. Financiou parte da viagem com vários boletos em nome da sua amiga Tati, organizou rifas para arrecadar dinheiro e acabou viajando, participando de competições, cursos, passeios, realizando um dos seus sonhos. Foram oito dias maravilhosos na cidade que muitos consideram a capital do mundo moderno.
Ela sempre teve uma relação excelente com as colegas, fazendo muitas amigas, envolvendo-se totalmente com a turma. Fã de muitos professores menciona com carinho a Tia Márcia, professora de teatro, entre outros. Gostava de História, Português e Ciências. Algumas das professoras acabaram virando suas amigas.
Festeira, adorava festar com as amigas. Geralmente elas se reuniam na sua casa e ficavam para dormir. Nesse sentido os pais não colocavam empecilhos. Quando iam a alguma festa, ela e as amigas, um taxista conhecido as levava e as buscava.
No verão, na época de férias, ela ia para Balneário Camboriú, passar as férias na casa dos avós.
Ela lembra com tristeza dos momentos complicados que a família passou, quando aconteceu o fechamento da marcenaria. Naquela época, Gisele participava da Escola de dança Kaiorra, fato que a ajudou a superar a fase ruim. Essa fase complicada da família foi entre os quatorze e dezessete anos da sua vida.
Gisele viajava muito com o grupo de danças, o que lhe dava certa liberdade e abria sua visão de mundo. Desde adolescente imaginava sua situação futura: via ela, o marido, uma filha e uma praia. Por outro lado, sempre quis ser dona de algum negócio. Ela se via comandando um negócio que era dela.
Por esse motivo, foi buscando seu espaço no mercado de trabalho desde pequena. “Nada é por acaso”, afirma Gisele. Tudo o que aconteceu na sua vida foi para guiar seus passos, abrir seus caminhos, orientar seu pensamento.
De tanto insistir, conseguiu um espaço para dar aulas no Cecam, de Camboriú. Tinha quatorze anos e era uma criança dando aula para outras crianças. Porém, desenvolveu tão bem seu trabalho que alcançou sucesso e reconhecimento dentro da instituição.
Gisele tinha muita pressa, ela queria logo alcançar sua independência, seu lugar ao sol. Por isso, mesmo com a limitação da sua idade, conseguiu fazer o supletivo e se formar seis meses antes do previsto, com dezesseis anos de idade. Logo começou a dar aulas de dança em várias escolas.
Sempre com pressa, com avidez de viver, ela pegava várias folhas de currículo e preenchia, distribuindo os mesmos em muitos colégios. Um dos seus preferidos era o Unificado Kids. Insistiu até que, em 2006, foi contratada.
Em julho de 2008 participou do processo seletivo da UNIVALI, para cursar Educação Física. Devido a seu histórico, principalmente com cursos, alguns no exterior, ela foi aprovada.
Dançar era sua vida, era o que sabia, o que queria fazer. E era sobre isso que ela firmava sua existência. Dançar e ensinar a dançar.
No Unificado teve um momento muito marcante. No final do ano, resolveu fazer uma apresentação com suas setenta alunas. Ela tinha criado um método que premiava as alunas. O ponto mais alto era a “sapatilha de ouro”. Por esse motivo, as meninas não abandonavam as aulas de dança. Continuavam até alcançar o prêmio maior, orgulho das mães e das alunas.
A apresentação foi autorizada pela direção. Só que tomou uma dimensão muito além do esperado. O resultado foi uma festa espetacular, com muito público, surpreendendo a todos. Foi algo que a marcou positivamente na sua vida profissional.
A história com Felipe, que começou no colégio onde trabalhavam, foi além de uma barra de chocolate quebrada e um ovo de chocolate esquecido num armário da casa dele.
Mas logo o destino tomou seu rumo e após algumas caronas, e um encontro casual na praia, acabaram namorando.
Então inverteu a situação. Ela não queria nada com ele, quando o conheceu. Depois que cresceu a intimidade entre os dois, ela se apaixonou, mas Felipe se mantinha firme no seu acordo com os amigos. Nada de namorar sério.
Foi quando, por coincidências maravilhosas da vida, sua amiga Amanda começou a sair com Gregory, amigo de Felipe e que fazia parte do tal acordo. Elas não falaram nada que se conheciam e assim, uma sabia o que seus namorados aprontavam quando não estavam com ela. Em determinado momento, Felipe e Gregory, ao mesmo tempo, sentindo-se apaixonados pelas suas namoradas, resolveram quebrar o acordo, mesmo que com isso provocassem o descontento de Ricardo. Foi assim que o amor venceu, mais uma vez.
A partir daquele momento de decisão, fizeram tudo certinho. O pai dela exigiu que tudo fosse feito de acordo com as convicções e conceitos familiares. Noivaram, casaram e planejaram o nascimento da filha. O período entre noivado e casamento foi bem apressado. Eles tinham marcado uma data, lá para o fim do ano quase, porque na data inicial, que tinham em mente, o espaço do Portal das Pedras (um centro de eventos na cidade de Camboriú) estava ocupado. Noivaram em novembro e começaram a planejar com calma. Foram até o Portal e marcaram o casamento para Novembro, a próxima data disponível. No retorno do local, ao chegar em casa, Péricles, proprietário do local, ligou para Gisele e avisou que havia surgido uma nova data, dia 03 de Março. Ela não teve dúvidas, conversou com Felipe e resolveram adiantar o casamento. Preparou tudo em poucos meses e, no dia três de março de 2012, casaram.
Gisele, sempre focada no seu sonho de ser empresária, de ter seu próprio negócio, não descansava. Nos seus primeiros passos no mundo do empreendedorismo, teve o apoio de algumas pessoas.
Ela lembra com carinho do André, do Espaço Saúde, que a apoiou muito, no momento em que trabalhou com ele. Foi ali que começou a perceber que as mulheres, por se sentirem constrangidas na presença de homens, muitas vezes rindo delas, precisavam de um espaço diferenciado, onde pudessem trabalhar seus corpos à vontade, sem se preocupar com olhares maliciosos, desrespeitosos, provocantes ou de deboche.
Em Balneário Camboriú já tinha um estúdio, o Bio Forma, mas não era exclusivo para mulheres. Ela, como excelente empreendedora, fez a primeira aula experimental em todos aqueles empreendimentos que, segundo ela, poderiam lhe acrescentar algo, agregar ideias, para começar aquilo que tinha em mente.
O primeiro passo como empreendedora, algo que já estava impregnando no seu sangue, foi conseguir um espaço, uma sala no Cecam, para começar a dar aulas para as mães das suas alunas. Um espaço só para mulheres. Em pouco tempo, muitas mulheres aderiram à ideia, totalmente nova na região.
As aulas eram noturnas e, por algum motivo, começaram a se sentir inseguras naquele local. Ela percebeu que a sala de jantar da sua mãe poderia suprir suas necessidades de espaço. Não tinha capital inicial, nem perspectivas de conseguir logo. Recorreu ao pai, que já estava recuperado economicamente. Ela fez seu primeiro investimento, comprou uma bike, uma esteira, uma plataforma e alguns colchonetes. Amparada por seu pai. Ele falou que se não desse certo, ficaria com tudo, pois era bom ter esses equipamentos em casa.
Deu certo. Um ano depois de casar, começou a construir seu sonho, algo que vinha desde sua adolescência. Em pouco tempo estava com quarenta alunas e o espaço começou a ficar pequeno.
O pai tinha uma casa de aluguel bem ali do lado. Reformaram a casa, financiaram novos equipamentos e o Studio Dolce Vitta, que era pouco mais que um banner pendurado na sala de jantar da mãe, começou a crescer e a ganhar popularidade entre as mulheres.
Ao pouco tempo tiveram que providenciar um espaço para a recepção do Studio. E logo, o negócio cresceu tanto que Gisele não teve dúvidas de invadir mais um espaço do pai: um galpão que ele alugava, o mesmo que antes tinha abrigado a Escola de Danças da sua amiga Iolanda. Combinou com ele reformar o galpão e ir descontando do aluguel, que não pretendia deixar de pagar.
Felipe a apoiava e ajudava em tudo. Ela ia adiante, mas com o suporte dele. A parte administrativa era toda dele. Em alguns momentos, tinha que segurar o ímpeto, a força incrível de Gisele que sempre queria ir um passo à frente. E ainda quer.
Em meio a mais uma expansão da empresa eles pensaram, planejaram e realizaram mais um sonho, se tornaram pais, e receberam, segundo eles, uma dádiva. Beatriz da Silva Valmorbida nasceu dia 02 de Janeiro de 2017 e mudou para sempre a percepção de mundo e o entendimento do casal com relação a tudo na vida. Tornaram-se ainda mais focados e obstinados. “Bea” é a menina dos olhos deles, é o principal combustível para trabalharem sempre, com tanto amor e dedicação.
Ronaldo da Silva, o pai de Gisele, dentro do possível, foi um apoio para a jovem, que viajava longe na sua imaginação, descobrindo caminhos onde outros enxergavam obstáculos, barreiras intransponíveis. Além do carinho paternal, ele nutre uma admiração pela filha. Vê nela uma filha e uma mãe maravilhosa. Carismática, visionária, autêntica, exercitando o amor em sua vida, no seu trabalho, no trato com as pessoas, honesta e séria. Para ele, Gisele é uma luz na vida de muitas pessoas. Uma vitoriosa, que enxergou muito além e acreditou na sua visão.
Ronaldo é um homem temente de Deus. Acredita que esse sonho, que alimentou e alimenta a vida de Gisele, tem origem divina. Isso fez dela uma vencedora, que com muita garra, energia e decisão, levou adiante sua vontade de criar e acontecer.
Larissa Valmorbida, a irmã que Felipe cuidava quando era pequena, tem uma imagem muito positiva do seu irmão. Em algum momento da adolescência brigava muito com ele, algo até natural entre irmãos. Hoje, eles têm uma relação harmoniosa, carinhosa. Ela é a madrinha de Beatriz, filha de Felipe e Gisele. Juntos passaram por momentos difíceis, com os pais trabalhando muito para manter o lar, para dar condições de vida para eles. Eram quatro irmãos, sendo dois do primeiro casamento de seu pai e ela e Felipe do casamento com sua mãe.
Vê nele um homem dedicado, muito focado no que quer, no que deseja. Super ativo, sempre envolvido com algum projeto, sempre buscando progredir, avançar, nunca estancado ou parado. Começou a trabalhar muito jovem, queria ganhar seu próprio dinheiro, não depender dos pais. Gostava de se vestir bem, de ter suas coisas, de organizar do seu jeito sua vida. Excelente aluno, sempre se destacou nos esportes. Sempre bem informando, se encaixava e se encaixa com facilidade em qualquer ambiente, em qualquer grupo. Mesmo sendo tão sociável e de fácil relacionamento, é uma pessoa que cuida muito da sua privacidade. Que ninguém invente de chegar na sua casa sem avisar!
Para Larissa, Felipe tem uma personalidade muito forte, firme e dificilmente abre mão de suas ideias. Acredita no que tem como norte, acredita nele e vai com fé atrás dos seus objetivos. Ama seu trabalho, visionário não deixa nada no papel, planeja e busca os meios para alcançar seus objetivos.
Fala que quando apareceu Gisele imediatamente gostou dela e desejou que ela cortasse a vida de conquistador do seu irmão. São grandes amigas, como se fossem irmãs. Acha que Gisele é uma pessoa incrível, talvez a mais incrível que conheceu na sua vida, alguém muito especial, além de cultivar uma paciência além do normal. Para ela, a cunhada é uma grande conselheira, amável e paciente com todos. Reconhece em Gisele uma vontade imensa de crescer, sem medo de enfrentar o trabalho, sem se acomodar, com muito feeling para empreender, realmente uma pessoa que a marcou.
Nas palavras de Larissa, o Studio Dolce Vitta é um encontro de duas personalidades decididas: Felipe e Gisele. O fato de ter amor envolvido fez toda a diferença. O lugar é agradável, acolhedor, próprio para mulheres que buscam reencontrar-se, buscando a harmonia para suas vidas, buscando a condição física e espiritual que almejam. Ela vem de Balneário Camboriú porque se sente bem naquele ambiente. Conforto, bom relacionamento, avaliação do seu desempenho, acompanhamento e preço justo são pontos que fazem a diferença. O conceito desenvolvido, especial e exclusivo para mulheres, é perfeito.
Hoje, Larissa que tem um canal no YouTube, com alta audiência, tem uma parceria com o Studio Dolce Vitta. Ali ela publica seus avanços em busca do corpo que a deixa confortável e feliz.
Quando Gisele fala de desafios e dificuldades, identifica a mão de obra como um dos maiores problemas que enfrentou, na criação e desenvolvimento do Studio. Ela criou um método de treinamento específico e próprio. Trouxe para a cidade e para a região algo inédito. Esse conhecimento novo, desenvolvido por ela, passou para suas colaboradoras. Algumas delas pediram demissão e tentaram repetir o que ela criou em Camboriú. Uma das colaboradoras montou sociedade com uma aluna. Aquilo feriu muito a sensibilidade de Gisele. Mas, já superou. Vai adiante, sabendo que algumas coisas não podem ser imitadas, pois fazem parte da sua personalidade.
Seu espaço, pensado, criado e desenvolvido somente para mulheres, lhe deram muitas alegrias. Além de sentir que está realizando um sonho, diariamente tem o retorno de suas alunas, que alcançam metas que num primeiro momento acreditaram ser impossível de alcançar.
Uma aluna em especial a marcou. Chegou ao Studio com cento e vinte quilos, acanhada, constrangida. Não falava, não se comunicava. Chegava sempre às sete horas da manhã e começava o treinamento. Ela reduziu tanto seu peso que chegou a sessenta e oito quilos. Isso emociona Gisele até hoje.
O seu empreendimento evoluiu acompanhando as necessidades das alunas. Cada vez mais o desenvolvimento delas exigia novos equipamentos. Gisele e Felipe foram apostando, financiando, crescendo e dando conta das necessidades das alunas. Segundo Gisele, elas fizeram o Studio Dolce Vitta crescer e ser o que é hoje.
Felipe vê a empresa numa situação boa. É saudável e se reinveste bastante, sempre procurando estar um passo ou dois adiante. Ele divide seu tempo entre o seu trabalho no Unificado, que ama, e o Studio Dolce Vitta. Ele é o ponto de equilíbrio da empresa. Único homem presente, e ao mesmo tempo separado, no local, age com muita discrição, mesmo quando tem que realizar um reparo rápido em algum equipamento.
Se fosse por Gisele, sempre com seu ímpeto de empreender, já teriam levado o conceito para outras cidades. Mas, Felipe acredita que ainda não é o momento.
Felipe Valmorbida e Gisele da Silva vindo de mundos aparentemente diferentes, através do trabalho, se encontraram, se amaram e criaram algo muito especial, numa cidade carente desse tipo de empreendimento. Nenhum dos dois pensava em fazer carreira dentro da Educação Física. Ele escolheu esse caminho por gostar de esportes, por ter levado uma “livrada” na cabeça e por necessidade de produzir. Ela, que adorava a dança, em toda a imensidade da palavra, viu na Educação Física o caminho para desenvolver suas ideias, seu potencial. Ainda pensa em cursar Nutrição, para completar sua formação e prestar serviços completos para suas alunas.
Eles planejaram sua vida e estão construindo o futuro que almejam. Gisele quer mais tempo para compartir com a filha, mas também quer levar seu sonho adiante. Crescer. Sempre imaginou ela, o marido, uma filha, a praia e seu próprio negócio. De alguma maneira, que o pai dela afirma ser de inspiração divina, suas vidas se encontraram, se uniram e estão alimentando uma visão que se tornou única, especial e inédita.
Eles, fortes, decididos, visionários, estão fazendo a diferença, sem prestar atenção às dificuldades. Eles, Felipe e Gisele, são exemplos maravilhosos de vida que emocionam e inspiram.